A Lufthansa enfrentava nesta quinta-feira (7) uma greve do pessoal de cabine, o que obrigou a companhia aérea alemã a cancelar 1.300 voos em dois dias, afetando 180.000 passageiros.

A suspensão do trabalho a pedido do sindicato UFO (Organização Independente de Assistentes de Voo) começou na quarta-feira e vai até esta sexta (8).

Pelo menos 700 voos foram anulados nesta quinta, e 600 devem ser cancelados amanhã, informou a Lufthansa na quarta-feira.

Em Frankfurt, o maior aeroporto do país, a situação é tranquila, de acordo com um porta-voz citado pela agência de notícias alemã DPA. A Lufthansa informou os passageiros sobre a situação e aconselhou os afetados pelos cancelamentos a não irem para o aeroporto.

Em Munique, também não há filas na frente dos estandes da empresa.

“É bom que ainda haja sindicatos que defendam algo, mas 48 horas é muito tempo”, disse o passageiro Holger Hilken à AFP.

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No domingo, 20 de outubro, o UFO já tinha organizado uma greve em quatro subsidiárias do grupo Lufthansa, o que resultou em 100 voos cancelados.

A Lufthansa havia concedido um aumento de 2% nos salários, mais do que o solicitado pelo UFO. O sindicato decidiu lançar esse novo movimento, porém, diante da “recusa persistente da Lufthansa a negociar” suas outras reivindicações, disse a entidade em um comunicado.

Na quinta-feira, o presidente da companhia aérea, Carsten Spohr, anunciou oficialmente que estava disposto a abrir negociações para mediação “no interesse de nossos clientes e funcionários”. As negociações com o UFO devem começar neste fim de semana.

– Batalha sindical –

A Lufthansa disse que suas subsidiárias (Eurowings, Germanwings, Sunexpress, Lufthansa Cityline, SWISS, Edelweiss, Austrian Airlines, Air Dolomiti e Brussels Airlines) não estão sendo afetadas por esta greve. O UFO já anunciou que se reserva o direito de estender ações futuras a estas empresas também.

Para oferecer outras opções de voo aos passageiros atingidos pela greve, a empresa mencionou a opção de usar aviões maiores em algumas linhas de suas subsidiárias. A Lufthansa também oferece a seus clientes a possibilidade de reservar um voo com uma empresa do grupo gratuitamente e sem precisar esperar nos próximos dez dias.

“Faremos tudo o que for possível para minimizar o impacto sobre nossos clientes afetados por essa enorme greve”, afirmou um porta-voz do grupo aéreo na quarta-feira.

A Lufthansa questionou sistematicamente a legitimidade do sindicato para representar os trabalhadores. Uma tentativa de impedir a greve foi rejeitada nesta quinta-feira, em primeira instância, e depois em recurso pela Justiça trabalhista de Frankfurt.


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