Centenas de migrantes partiram nesta terça-feira (23) da cidade mexicana de Tapachula (sul) em uma marcha com o objetivo de pressionar a entrega de autorizações que lhes permitam avançar em direção à fronteira com os Estados Unidos.

Os migrantes, a maioria da Venezuela, América Central e África, se organizaram na cidade de Tecun Umán, na Guatemala, e no domingo cruzaram a fronteira sul em direção a Tapachula, onde mais pessoas se juntaram para avançar pela rodovia.

Alguns deles afirmam que o Instituto Nacional de Migração do México está atrasando a entrega de salvo-condutos que lhes permitiriam avançar para o norte sem o temor de serem deportados.

“Os funcionários da Imigração nos disseram que iam nos ajudar (…) e no final ainda nos bateram, bateram nas crianças, tiraram nossas barracas”, denunciou a salvadorenha Ana Pérez, que viaja com seus dois filhos.

Pérez, que afirma ter perdido um olho quando foi atacada por membros de gangues em seu país, esperava poder chegar aos Estados Unidos acompanhada por centenas de pessoas.

A migração é um tema latente nos EUA, sobretudo no contexto das eleições presidenciais de 5 de novembro.

O ex-presidente republicano Donald Trump prometeu que se vencer o pleito, terminará a construção de um muro na fronteira com o México para impedir a chegada de migrantes sem documentos e iniciará um plano de deportação.

“Viemos em paz para melhorar nossas vidas. Estas pessoas vêm obedecendo a Deus”, disse José Luis Sánchez.

Centenas de migrantes cruzam o México todos os dias para chegar aos Estados Unidos, fugindo da pobreza e da violência de seus países. Na travessia, são frequentemente vítimas do crime organizado, da extorsão de autoridades e de acidentes.

Pelo menos 1,39 milhão de migrantes irregulares passaram pelo território mexicano nos primeiros cinco meses de 2024, de acordo com os números mais recentes do governo. O maior número veio da Venezuela, seguido por Guatemala, Honduras, Equador e Haiti.

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