Várias centenas de judeus ultraortodoxos entraram nesta sexta-feira (7) em território libanês para rezar em um local antigo, venerado tanto por judeus quanto por muçulmanos, em uma procissão condenada pelo Exército libanês.
De acordo com imagens divulgadas pela mídia israelense, a multidão se reuniu para a oração matinal ao redor de um túmulo localizado na fronteira entre o Líbano e Israel desde o ano 2000, em uma área sob o controle da Força da ONU para o Líbano (Finul).
A multidão estava acompanhada por militares israelenses armados.
O Exército israelense não fez comentários imediatos ao ser contatado pela AFP.
Segundo a tradição judaica, o túmulo pertence a Rav Ashi, um destacado doutor da lei (Amoraíta) que viveu no século V d.C.
No entanto, a tradição muçulmana o identifica como o túmulo de um xeque venerado.
Nos últimos dias, várias tentativas de ingresso no local provocaram confrontos entre o Exército israelense e os religiosos, segundo relatos da imprensa.
O Exército libanês denunciou em um comunicado o que considera uma violação da soberania do Líbano.
“Membros das forças inimigas permitiram que colonos acessassem um suposto local religioso na região de Al Abad Hula, no sul, o que constitui uma violação flagrante da soberania nacional libanesa”, declarou.
“A entrada de colonos da entidade israelense em território libanês é mais uma prova da insistência do inimigo em violar as leis, resoluções internacionais e acordos pertinentes, em particular a resolução 1701 e o acordo de cessar-fogo assinado em 27 de novembro entre Israel e o Hezbollah”, acrescentou o comunicado.
cyj-jos/hme/mab/eg/am