Centenas de pessoas se manifestaram, neste sábado (26), em Qamishli, no nordeste da Síria, em um protesto convocado pelas autoridades curdas para pedir a retirada do Exército turco da província de Afrin, no noroeste.

As forças turcas e os rebeldes sírios aliados tomaram essa zona de combatentes curdos em março, após uma ofensiva militar de dois meses que levou milhares de pessoas a fugirem.

Desde então, milhares de deslocados de outras partes da Síria, especialmente da região de Ghuta Oriental, perto de Damasco, foram realojados em Afrin.

Os curdos da Síria, que criaram suas próprias administrações autônomas aproveitando-se do caos causado por sete anos de guerra no país, afirmam que isso equivale a uma mudança demográfica.

Homens e mulheres caminharam hoje na cidade curdo-síria de Qamishli para protestar contra a presença dos turdos.

Os manifestantes levavam a bandeira amarela, verde e vermelha que representa a parte curda da Síria, além de cartazes nos quais se lia: “Não à ocupação turca”.

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“Vá embora, vá embora, Erdogan! Assassino, assassino, Erdogan!”, cantaram alguns, referindo-se ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Ghasan Juli, um morador de Qamishli de 38 anos, classificou de “desastre” o que aconteceu em Afrin.

“Nosso povo foi expulso, e trouxeram combatentes de outras zonas para viver ali”, lamentou.

Os curdos da Síria controlam extensas zonas no norte do país, e muitos dos que fugiram de Afrin encontraram abrigo nos territórios vizinhos controlados por seu povo.

Cerca de 135.000 curdos permaneceram na região de Afrin e, destes, um terço ficou na cidade homônima, segundo a ONU.

Desde o início da guerra em 2011, metade da população da Síria teve de deixar suas casas. Mais de cinco milhões de pessoas fugiram para o exterior, e seis milhões se deslocaram para outras regiões do país.


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