O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já deu início aos trabalhos do Censo Demográfico 2020. O orçamento estipulado para a realização do levantamento é de R$ 3,4 bilhões, com a contratação de 300 mil recenseadores temporários, informou Roberto Olinto, presidente do instituto. “São R$ 3,4 bilhões, concentrando esse gasto em 2020, da ordem de 70% para pagamento de recenseadores, cerca de 300 mil pessoas. São três meses de coleta”, estimou Olinto. “A ideia é divulgar os resultados preliminares no mesmo ano. O que você pode tabular, os desagregados, saem no mesmo ano. Normalmente durante dois anos você vai divulgando informações”, completou.

Olinto comentou sobre as dificuldades de obtenção de recursos, que postergaram outros levantamentos do instituto, como a Pesquisa de Orçamentos Familiares e o censo Agropecuário, que teve que ser remodelado para caber num orçamento mais enxuto, apenas um terço do previsto inicialmente.

“No Censo Agropecuário eram 26 mil pessoas. O demográfico tem 300 mil (temporários). Então não tem muito como enxugar. O demográfico tem um período de coleta menor, porque tem uma data de referência muito forte. É preciso coletar muita informação num período muito curto. A flexibilidade orçamentária é muito menor, (o orçamento) é concentrado em pessoal. Eu gostaria de propor R$ 7 bilhões para sair por R$ 3,5 bilhões”, brincou o presidente do IBGE.

O instituto abriu uma consulta pública na internet para receber sugestões sobre o Censo Demográfico e promoverá esta semana uma reunião com profissionais que integram o conselho do levantamento. Olinto contou que também há uma mobilização política em torno da importância da operação e que já esteve reunido com o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, para debater o assunto. “A gente tem que mostrar que o orçamento está associado não ao tamanho da operação, mas à importância dele”, disse Olinto.

Olinto enumerou alguns projetos futuros em andamento no instituto, como a construção das Contas Ambientais. O IBGE já divulgou as Contas da Água, e prepara agora as Contas da Energia e da Floresta. “Nosso problema é ter capacidade operacional para ter essas coisas”, observou Olinto.

O instituto pediu ao Ministério do Planejamento a liberação de um concurso para preenchimento de 1.800 vagas. De acordo com Olinto, 1.800 servidores se aposentaram nos últimos oito anos.

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“Temos 13 agências sem ninguém (sem servidor público, só temporário), temos 46 com uma única pessoa, e 60% das 536 agências com pessoas aposentadas com abono de permanência”, disse ele. “Não é pedido que sai da cabeça, apesar de ser um pedido grande, tem lógica bastante clara e pontual”, acrescentou.

O IBGE tem cerca de 5,3 mil servidores atualmente, sendo que entre 500 a 600 deles trabalhando graças ao pagamento do abono permanente. “Esse ano foram 220 pessoas aposentadas em quatro meses”, relatou.


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