O dólar caiu forte nesta quarta-feira, 12, amparado pelo ambiente externo mais favorável, e terminou o dia com queda de 1,42%, em R$ 3,8582. O Brasil foi o mercado onde o dólar mais caiu nesta quarta-feira, considerando uma cesta de 24 moedas. A expectativa dos investidores internacionais de que as conversas entre a China e os Estados Unidos para resolver a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo vão avançar aumentou o apetite por risco por papéis de emergentes e fez o dólar cair ante as moedas destas economias. Com isso, o Credit Default Swap (CDS), derivativo que protege contra calotes na dívida soberana, do Brasil voltou a operar abaixo de 200 pontos pela primeira vez desde o fechamento de 7 de novembro, ajudando a reduzir a pressão no câmbio.

A melhora do cenário externo e a agenda fraca interna levaram bancos e tesourarias a desmontar posições mais defensivas no câmbio, fazendo a moeda cair do nível de R$ 3,90 dos últimos dias para, na mínima do dia, bater em R$ 3,83. Segundo operadores, a forte saída de recursos, comum nesta época do ano, parece ter dado uma trégua, com recursos externos vindo para a bolsa em busca de ações baratas. Nos mês, porém, até o dia 7, o fluxo pelo canal financeiro é negativo em US$ 2 bilhões, segundo dados do Banco Central.

A expectativa das mesas de câmbio é que, ao menos até o dia 20, a pressão de saída de recursos continue, por conta da necessidade de remessa para o exterior de fundos e empresas. Por isso, a tendência para o dólar nos próximos dias é de alta, avalia o sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra. Ele ressalta que o leilão de linha na terça-feira do BC, que ofertou US$ 1 bilhão, normalizou a liquidez, mas a demanda no mercado à vista (spot) deve continuar alta. Com isso, a taxa do cupom do casado (juro em dólar) segue no patamar de 4,5%, acima da média de quando o mercado está mais normalizado, ao redor de 3%. Quanto mais alta essa taxa, maior a pressão no mercado spot.

Nesta quarta-feira, um dos catalisadores para o maior otimismo dos investidores foi a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que, se necessário, interviria no Departamento de Justiça no caso contra a executiva da gigante de telecomunicações chinesa Huawei, presa no Canadá, a pedido da Casa Branca, se isso ajudar a garantir a trégua comercial entre as duas potências, acertada no final da reunião do G20 em Buenos Aires. A executiva foi solta na noite de terça sob fiança. Trump disse ainda que não elevará tarifas sobre importações chinesas até que tenha certeza de um acordo.


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