O ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida avaliou que os fundamentos econômicos no Brasil estão hoje mais saudáveis do que no passado e que o País está em posição favorável para aproveitar as oportunidades da agenda ambiental. Para isso, observou, basta o governo não fazer “tolice” e respeitar alguns limites fiscais.

Durante evento sobre investimentos na era das mudanças climáticas organizado pela gestora Converge Capital, Mansueto, que é economista-chefe do BTG Pactual, avaliou que a inflação, entre 3,5% e 4% ao ano, deixou de ser um problema. Ressaltou também o diferencial da matriz energética amplamente baseada em fontes renováveis do Brasil.

Ele citou ainda o imenso potencial do País de elevar a produção de grãos sem desmatamento, graças a tecnologias que permitem a fertilidade ou melhoram a produtividade do solo. “Temos um cenário positivo. É só não fazer tolice e respeitar alguns limites de gasto fiscal”, alertou o economista.

“O Brasil tem toda chance de sair vencedor do processo de maior exigência ambiental. Temos que estimular a agenda ambiental porque podemos nos beneficiar”, acrescentou Mansueto.

Em entrevista a jornalistas após participar do evento, ele disse que o governo terá que se esforçar para entregar a meta de reverter o déficit nas contas primárias. Em paralelo, para obedecer o limite de gastos do novo arcabouço, que permite aumento das despesas em no máximo 2,5% acima da inflação, será preciso controlar o avanço dos gastos obrigatórios. “Caso contrário, não vamos ter ajuste fiscal, e todos vão ser prejudicados”, disse o economista-chefe do BTG.