Cemitério fechado há mais de 1 século vira museu na Itália

MILÃO, 6 FEV (ANSA) – Um cemitério fechado por mais de um século foi transformado em um museu a céu aberto em Viggiù, na província de Varese, no norte da Itália.   

A iniciativa foi possível graças a um projeto da Universidade de Insubria, apoiado pela Fondazione Cariplo com uma contribuição de 170 mil euros, como parte do edital “Lugares para regenerar 2024”.   

O antigo cemitério da pequena cidade famosa por seus cortadores de pedras, usado por cerca de um século e fechado em 1910, foi preservado quase inteiramente, mantendo intacto seu charme do século 19.   

Ao cruzar o portão do antigo cemitério, é possível acessar uma atmosfera original que remete ao passado. No interior estão enterrados alguns dos inúmeros artistas de Viggiù que, com seu trabalho nas áreas de escultura, pintura e arquitetura, contribuíram para a difusão nacional e internacional do nome da cidade.   

Para preservar o local, o projeto também incluiu a consolidação das estruturas de muros existentes e a criação de uma nova entrada.   

Durante a visita, o público contará com a companhia do aplicativo “Vivi”, que garantirá uma experiência interativa e envolvente, com roteiros que combinam pontos de interesse indicados por QR codes, conectados a conteúdos virtuais imersivos que contam a história do lugar, de seus habitantes e das figuras mais famosas da história da escultura.   

Além disso, será criado um percurso “gamificado” que, por meio de quebra-cabeças e charadas baseados na observação de monumentos e lápides, revelará progressivamente dados antropológicos e histórico-biográficos, tornando a visita uma aventura educativa.   

“O cemitério de Viggiù representa um contexto verdadeiramente original do ponto de vista científico. Pela primeira vez, nosso grupo de antropólogos terá a oportunidade de comparar dados osteológicos com fontes de arquivo para reconstruir a história das pessoas enterradas”, explicou Marta Licata, diretora científica do projeto, pesquisadora em Antropologia e professora no Departamento de Biotecnologia e Ciências da Vida de Insubria.   

Segundo a especialista italiana, “a possibilidade de investigar a área do cemitério primeiro através de levantamentos geológicos, depois com investigações arqueológicas, antropológicas e arquivísticas nos permitirá obter conteúdos que enriquecerão a visita ao cemitério”. (ANSA).