A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anotou um crescimento de 12,9% em seus custos e despesas operacionais no segundo trimestre deste ano, quando comparado com igual período do ano passado, para R$ 5,489 bilhões. O principal impacto foi proveniente da linha de provisões e ajustes para perdas operacionais, que teve uma alta de 548%, para R$ 869 milhões, influenciadas, em grande medida, pelo reconhecimento de perdas na Renova.
A estatal mineira registrou reconhecimento de perda esperada por redução ao valor recuperável de contas a receber da Renova no montante de R$ 688,03 milhões, após a avaliação do risco de crédito da investida. Além disso, a companhia anotou maior aumento as provisões para contingências trabalhistas, com constituição líquida de R$ 105,12 milhões entre abril a junho, ante reversão de R$ 20,114 milhões no mesmo período de 2018, tendo em vista novas ações e a reavaliação da probabilidade de perda de ações existentes, por conta de decisões desfavoráveis.
Além disso, foi realizado o reconhecimento da diferença de aplicação do índice de correção monetária, de TR para IPCA-E, paras as ações trabalhistas nas quais são discutidas dívidas entre o período de 25/03/15 a 10/11/17, que estão em fase de execução avançada e com probabilidade de perda provável.
A alta das provisões foi parcialmente compensada pela redução de 47,9% nas perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa (PECLD), para R$ 47,6 milhões no segundo trimestre, refletindo o trabalho de combate à inadimplência que vem sendo executado na empresa, que resultou em uma melhora na média dos índices registrados, com redução, em especial na dívida de curto prazo (vencidos até 3 meses).
Apesar das provisões relacionadas à Renova, no segundo trimestre, e de a investida ter apresentado prejuízo trimestral significativo, a Cemig anotou ganhos com Resultado de Equivalência Patrimonial, de R$ 36,27 milhões, ante perdas de R$ 83,1 milhões no mesmo período de 2018. A Cemig explicou, em seu relatório de resultados, que não foram reconhecidas perdas relacionadas ao investimento na Renova no primeiro semestre de 2019, já que este foi baixado em dezembro de 2018, diante do passivo a descoberto da investida.
Custos gerenciáveis
Em outras linhas de despesas, destaque para os gastos com pessoal, materiais e outros, que somaram R$ 634 milhões no trimestre, 2% mais que no segundo trimestre de 2018, sem contar com obrigações de pós-emprego e participação nos resultados. Incluindo as duas linhas, o número chega a R$ 840 milhões, 17,5% maior que os R$ 711 milhões de um ano antes, devido a alta da participação dos resultados, em função do crescimento do resultado consolidado da Cemig.
A Cemig destacou que a despesa com pessoal recuou 10,48%, refletindo impactos do programa de desligamento voluntário.