A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) divulgou nesta sexta-feira, 7, fato relevante com uma atualização de seu programa de investimentos divulgado no início de junho durante reunião Apimec com analistas e investidores. O documento traz um valor atualizado dos ativos colocados à venda, que subiu dos R$ 6,5 bilhões estimados inicialmente para os R$ 8,046 bilhões.

A principal diferença na lista de ativos colocados à venda pela estatal é a inclusão de toda sua participação na Light, de 43%, estimada ao valor de mercado de R$ 2,060 bilhões, considerando o preço da ação de quinta-feira, 6, de R$ 23,28. O anúncio da decisão da venda da companhia já havia sido anunciado ao mercado e confirmou informação dada com exclusividade ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, de que a companhia poderia se desfazer do ativo, como alternativa para obter recursos para o pagamento de suas dívidas de curto prazo e garantir o equilíbrio financeiro. Inicialmente, a Cemig admitia apenas vender a subsidiária Light Energia, que reúne os ativos de geração da empresa, estimada ao valor patrimonial de R$ 530 milhões.

Além dessa alteração, a Cemig também atualiza o status de cada ativo listado. No caso da Light, a companhia afirma que atualmente está em fase de contratação de assessores para realizar a operação, que possivelmente será uma venda das ações por meio de leilão em Bolsa.

Outro ativo considerado de maior liquidez e colocado a venda é uma fatia de 19% que a Cemig detém na Taesa e que não faz parte do bloco de controle da transmissora. Inicialmente, a estatal indicava que estava em negociações societárias sobre o ativo, mas agora aponta que paralelamente está realizando uma seleção de corretoras para auxiliá-la na operação, que pode ser por meio de venda das ações no mercado. Outra possibilidade indicada anteriormente pelo presidente da companhia, Bernardo Alvarenga, ao Broadcast seria a venda da participação para seu novo sócio na empresa, a colombiana ISA.

A Cemig também atualiza o status da venda da Renova, que agora está em fase de “proposta vinculante”, com previsão de capitalização primária. Esta semana, a companhia havia informado que recebeu da Brookfield Energia Renovável uma proposta para aquisição da participação da Light na geradora de energia renovável e para a capitalização, que, segundo circulou pela imprensa, seria da ordem de R$ 800 milhões. As empresas indicaram na ocasião que se tratava de uma oferta não vinculante.

Já no caso dos 18% que a estatal possui na hidrelétrica Santo Antonio, a atualização foi contrária. Inicialmente a Cemig informava que o status era de “proposta vinculante”. Agora, o que aparece é um “negociação de contrato de compra e venda”. Nesse meio tempo, porém, a estatal informou que recebeu uma proposta da chinesa State Power Investment Overseas (Spic).

Por fim, a Cemig também atualiza sobre a venda de 25% da Transmineiras, um ativo avaliado ao valor patrimonial de R$ 77 milhões e que estava em fase “final de negociação de contrato” com a Taesa, e agora está aguardando a aprovação da operação pela compradora.