A apresentadora Adriana Perroni, da Record, foi internada pela segunda vez após apresentar sinais de que a celulite facial não havia sido completamente controlada. Durante exames realizados na unidade de saúde, os médicos identificaram uma trombose venosa no braço esquerdo. Em suas redes sociais, a jornalista divulgou o novo diagnóstico e afirmou que o quadro pode estar relacionado ao uso de cateter durante a internação anterior.
Perroni explicou que os sintomas reapareceram com inchaço na região dos olhos e que a equipe médica optou por reforçar o tratamento com antibióticos. Segundo Adriana, apesar da melhora inicial, a infecção não foi totalmente curada.
A celulite facial é uma infecção bacteriana que atinge camadas mais profundas da pele e pode levar a complicações graves se não for tratada corretamente. Uma dessas complicações é a trombose venosa.
O cirurgião vascular Herik Oliveira, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, explica que a trombose venosa é caracterizada pela formação de um trombo, ou coágulo, dentro de uma veia. O problema é mais comum nos membros inferiores, mas também pode atingir os superiores em uma parcela dos casos.
“Trombose venosa é uma doença vascular caracterizada pela formação aguda de um trombo, ou um coágulo, no interior de uma veia. Ela pode ocorrer em qualquer fase da vida da pessoa, sendo mais comum na fase adulta. É mais frequente nos membros inferiores, mas de 1% a 4% dos casos pode acontecer nos membros superiores”, detalha o especialista à reportagem de IstoÉ Gente.
O médico afirma que o desenvolvimento da trombose está ligado a três fatores principais: alterações na coagulação do sangue, lesões na parede das veias e lentificação do fluxo sanguíneo.
“Isso pode acontecer na gestação, quando há uso de anticoncepcional à base de estrogênio, na fase da amamentação, que é o puerpério, em infecções graves, quadros de desidratação, pós-operatório e ainda em algumas doenças do sangue, como as trombofilias. Pode ocorrer também quando há uma lesão na parede do vaso, decorrente de infecção, doença autoimune, câncer ou uso de cateter. E também quando há estase venosa, ou seja, lentidão no fluxo do sangue, comum em imobilizações prolongadas ou em pacientes acamados”, explica.
Entre os fatores de risco para o problema estão idade avançada, histórico familiar, cirurgias recentes, traumas, câncer, gravidez, uso de anticoncepcionais hormonais, obesidade, viagens longas e doenças do sangue que favorecem a formação de coágulos. Casos de varizes também podem contribuir.
Herik Oliveira afirma que a trombose nos membros superiores costuma apresentar sintomas bem definidos.
“O paciente vai sentir um inchaço, ou edema, no braço ou antebraço. Esse inchaço é acompanhado por uma dor forte, intensa, aguda, com vermelhidão no local e também alterações de cor, que podem incluir palidez ou cianose nas extremidades dos dedos. Esse paciente pode relatar dor ao movimentar o cotovelo”, afirma.
O diagnóstico é feito por exame clínico e confirmado com ecodoppler venoso, que permite visualizar o trombo, a extensão da obstrução e as veias atingidas. O tratamento inclui o uso de anticoagulantes, analgésicos e, em casos mais graves, procedimentos como trombectomia ou uso de fibrinolíticos para dissolver o coágulo.
“As complicações geralmente aparecem nos casos mais graves ou quando o tratamento não é iniciado de forma precoce. A principal delas é a progressão do trombo para os pulmões, causando embolia pulmonar”, alerta.
Mesmo com a gravidade do quadro, o prognóstico costuma ser positivo com tratamento adequado e acompanhamento especializado.
“A trombose venosa dos membros superiores geralmente tem um bom prognóstico. O tratamento pode durar de três a seis meses, com uso de medicação em casa após a alta hospitalar, e acompanhamento com um cirurgião vascular ou angiologista”, finaliza.
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