Celso Sabino pede demissão do Ministério do Turismo após pressão do partido

Ministro se reuniu com Lula para anunciar sua decisão após União Brasil adiantar desembarque do governo; ele volta à Câmara dos Deputados

Celso Sabino (União Brasil): ministro de Lula é autor de texto original da PEC da Blindagem
Celso Sabino (União Brasil): ministro de Lula é autor de texto original da PEC da Blindagem Foto: Flickr/Ministério do Turismo

O ministro do Turismo, Celso Sabino, pediu demissão após a pressão do União Brasil para o desembarque do Planalto de seus filiados. A decisão foi anunciada na tarde desta sexta-feira, 26.

Sabino deixa o cargo após o União Brasil pressionar para que seus filiados deixassem seus cargos no governo Lula.

A legenda antecipou o desembarque do Planalto após uma reportagem do UOL apontar o presidente da legenda, Antônio Rueda, como dono de um avião operado por empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda e o partido negam as acusações. A avaliação interna do partido é que a matéria teria ligação com o governo.

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Durante coletiva com jornalistas, Sabino ressaltou os feitos do Ministério do Turismo em seu período de atuação e alegou ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para oficializar a saída do governo.

“Tive uma conversa hoje com o presidente da República em virtude da decisão que o partido a qual eu sou filiado tomou, de deixar o governo e vim hoje aqui cumprir o meu papel. Entreguei ao presidente minha carta e meu pedido de saída do Ministério de Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, informou.

O ex-ministro reiterou a vontade de permanecer no cargo e sinalizou a possibilidade de uma mudança de tom no diálogo entre gestão Lula e União Brasil.

“A minha vontade clara é continuar o trabalho que a gente vem fazendo, a gente tem um trabalho de diálogo mantido, e hoje o presidente assinou com essa possibilidade de ampliar esse diálogo junto com o partido União Brasil para gente ver quais serão as cenas dos próximos capítulos”. 

Sabino, que é deputado federal do União Brasil pelo estado do Pará, estava desde julho de 2023 no cargo. Ele era um dos auxiliares de Lula mais diretamente envolvidos na organização da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém. O ministro vinha negociando com a cúpula do partido para seguir no cargo, mas acabou cedendo à pressão.