O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, pediu afastamento, por tempo indeterminado, de suas funções, por motivo de saúde. Ao que parece, terá de se submeter a uma nova cirurgia.

Integrante da segunda turma da Suprema Corte (composta por cinco membros), sua ausência poderá ser determinante para que o corrupto e lavador de dinheiro Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em duas instâncias a quase trinta anos de prisão, assista, de camarote, aos ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes lograrem êxito na suspeição do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, abrindo caminho para a anulação dos processos que condenaram o chefe da quadrilha petista, conforme o definiu o Ministério Público Federal em sua acusação.

A questão é a seguinte: os ministros Cármen Lúcia e Edson Fachin – demais integrantes da segunda turma – não concordam com a absurda tese, alegada pela defesa do presidiário petista provisoriamente em liberdade, que sua condenação fora motivada por um juiz suspeito, no que fazem muito bem. Afinal, além do próprio Moro, a condenação do criminoso foi ratificada por três desembargadores, e até mesmo por ministros do STJ, em algumas alegações.

Assim, o placar do julgamento restaria empatado em 2×2. Com a ausência de Mello, e do consequente quinto voto, conforme prevê a lei, Lula seria beneficiado, pois “empate é pró réu”. Se as sentenças forem de fato anuladas, o decadente líder do PT se tornará um “ficha limpa” e poderá disputar as eleições de 2022. É o cenário dos sonhos de Jair Bolsonaro e de toda bolsolândia. A polarização dos extremos impediria a ascensão de um nome forte de centro, inclusive o próprio Sergio Moro.

Nunca antes na história deste país, Lula e Bolsonaro estiveram, tanto assim!, do mesmo lado.