A divisão entre os principais clubes do Rio sobre a possibilidade de retomada dos treinos sem restrições e das competições voltou a ser exposta. Após dirigentes de Vasco e Flamengo irem à Brasília para reunião com o presidente de Jair Bolsonaro, a postura dos times foi criticada por Celso Barros, hoje afastado da vice-presidência de futebol do Fluminense, que é contra a volta nesse momento, assim como o Botafogo.

Para ele, os clubes prestaram um desserviço à sociedade. “Com todo o respeito, penso que o Vasco e o Flamengo prestaram um enorme desserviço à população carioca e brasileira ao procurarem endossar que tudo isso não passa de uma ‘gripezinha’ e que no caso deles, significa retornar as atividades, desrespeitando os atletas, funcionários e suas famílias”, publicou, em texto divulgado em seu perfil no Instagram.

Bolsonaro almoçou na última terça com os presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e do Vasco, Alexandre Campello. Em pauta, estava a possível retomada de torneios de futebol durante o período de crise por causa do novo coronavírus. As competições estão interrompidas desde março.

Outro tema foi a possibilidade de levar os treinos das duas equipes para Brasília. Flamengo e Vasco poderiam retomar suas atividades no gramado no estádio Mané Garrincha, já colocado à disposição pelas autoridades do Distrito Federal. Seria uma forma de retomar os trabalhos sem haver conflitos com o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que ainda não autorizou o retorno dos clubes aos treinos. Além disso, anteriormente Bolsonaro defendeu a volta das atividades no futebol.

“Certamente ocorreu uma discussão sobre a volta do futebol no Brasil. Esses clubes, que tem um enorme número de torcedores, passaram para todos, discurso contrário, a princípio, ao distanciamento social. Esta tem sido uma defesa do governo federal, que é contrária a todas as lideranças mundiais”, afirmou Celso Barros, também atacando a postura do presidente da República.

Ele ainda lembrou o aumento dos casos de coronavírus no Rio, citando Ana Beatriz Busch, a Secretária Municipal de Saúde da cidade. “No Rio de Janeiro, que é a base desses dois clubes, as mortes não param de crescer. Em entrevista, o prefeito do Rio, diz que não poderão existir treinos e convida os clubes a ouvirem a Bia, que contraiu a covid-19 e graças a Deus já se recuperou. Bia era ou é a Secretária Municipal de Saúde. Salientou ainda que ela é rubro-negra”, acrescentou.