A Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), sociedade entre a brasileira Eletricidade do Brasil e a Golar Power, concluiu o desenho de sua solução de financiamento, de cerca de R$ 5 bilhões, para o projeto do Complexo Termoelétrico Porto de Sergipe I, recursos que devem ser disponibilizados entre este ano e o próximo. A estrutura acertada pela companhia inclui a emissão de debêntures e crédito junto a agências internacionais.

Conforme informou a companhia, aproximadamente R$ 3,4 bilhões serão captados por meio de emissão de debêntures simples não-conversíveis, com a cobertura da agência suíça de crédito à exportação, a Swiss Export Risk Insurance (SERV), e com o Goldman Sachs Brasil como coordenador líder da emissão. Além disso, o projeto vai receber US$ 200 milhões da International Finance Corporation (IFC), organismo do Grupo Banco Mundial voltado a investimentos no setor privado, e US$ 288 milhões do IDB Invest, braço do Inter-American Development Bank para investimentos no setor privado.

O Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou no mês passado que a Celse estava apresentando a investidores internacionais sua proposta de emissão de títulos e que também aguardava os trâmites finais para a assinatura do financiamento com o IFC.

“Concluímos uma etapa fundamental de nosso projeto, ao mesmo tempo em que as obras avançam de forma importante. A resposta positiva dos financiadores indica que cumprimos os padrões de desempenho socioambientais da IFC, que são largamente adotados por organizações e bancos comerciais em projetos internacionais”, destacou, por meio de nota, o presidente da Celse, Eduardo Maranhão.

A concessão do financiamento ocorre após a empresa ter recebido todas as licenças ambientais para a atual fase do projeto. A última, a licença de instalação para a parte Offshore foi concedida pelo Ibama em 29 de março.

O empreendimento, a ser instalado em Barra dos Coqueiros (SE), é composto por uma usina termoelétrica a gás natural de 1.551 MW de capacidade instalada e instalações offshore, que contemplam a unidade de armazenamento e regaseificação do Gás Natural Liquefeito (GNL), sistema de ancoragem, gasoduto para transporte até a usina e adutoras de captação de água e descarte de efluentes.

A implantação do complexo teve início em agosto de 2016 e atualmente a fase de construção civil está em conclusão, com início da montagem eletromecânica. A previsão é de início de operação até janeiro de 2020, quando entram em vigor os contratos de venda de energia acertados no leilão de energia nova A-5 de 2015.