A consultoria Céleres reduziu mais uma vez sua estimativa para a produção de milho segunda safra (safrinha) no Brasil na temporada 2015/16. A expectativa agora é de uma colheita de 49,5 milhões de toneladas, 6,2% menor que a estimada no início de maio, de 52,8 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume será 12% menor que o colhido na temporada anterior. Segundo a consultoria, o corte na projeção se deve às condições climáticas desfavoráveis em regiões produtoras. A Céleres estima que 1,7% da safra de inverno tenha sido colhida até o último dia 3, mesmo porcentual verificado em igual época do ano passado. O rendimento na safra de inverno foi projetado em 4,74 toneladas por hectare, muito abaixo dos 6 toneladas por hectare observadas no ciclo anterior. “Os relatos dos produtores dão conta de que, apesar do retorno das chuvas em algumas localidades, estas foram poucas e insuficientes para reverter o processo de perda do rendimento do cereal, sobretudo no Centro-Oeste e em Minas Gerais”, destaca a consultoria, em relatório. A Céleres elevou sua projeção de área plantada com o cereal em segunda safra para 10,4 milhões de hectares, incremento de 5% na comparação com a estimativa anterior. Para a safra de verão, a Céleres revisou para cima sua estimativa de produção para 28,85 milhões de toneladas, de 28,7 milhões de toneladas na projeção divulgada em maio. A Céleres estima que o volume de milho armazenado ao fim da temporada 2015/16 será de 5,35 milhões de toneladas, 63% menor em relação à safra passada, quando restaram 14,2 milhões de toneladas. “Os estoques finais da safra 2015/16 deverão ser suficientes para apenas 22 dias de consumo, nível bastante preocupante para o restante de 2016 e para primeiro semestre de 2017.” A consultoria reduziu novamente suas estimativas para consumo de milho para ração animal e exportação na temporada 2015/16. Para alimentação animal, devem ser destinadas 48,07 milhões de toneladas, ante 48,84 milhões de toneladas esperadas em maio. Em 2014/15, o consumo para ração foi de 49,45 milhões de toneladas. A exportação também sofreu ajuste para baixo. Segundo a Céleres, devem ser exportados 27 milhões de toneladas em 2015/16, uma redução de 500 mil toneladas ante a projeção anterior, e abaixo das 28,92 milhões de toneladas embarcadas em 2014/15. De acordo com a Céleres, “os volumes embarcados deverão se acelerar a partir de julho, porém, num ritmo menor que do ano passado, dado que os preços nos portos poderão ser menos competitivos, internacionalmente, que os registrados no ano anterior”. A consultoria projeta que compradores brasileiros devem adquirir 1 milhão de toneladas de milho de outros países. No mês passado, a projeção era de importação de 600 mil toneladas. Segundo a Céleres, o volume recebido pelo País deve aumentar em virtude da “ação mais efetiva das indústrias nacionais antes do auge da colheita da segunda safra”. Contudo, a consultoria ressalta que isso não deve ser suficiente para impactar negativamente nas cotações internas.
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