O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, fez duras críticas nesta quinta-feira ao projeto da Superliga Europeia, ainda apoiada por três clubes, Real Madrid, Barcelona e Juventus, cujos dirigentes, segundo ele, estariam desconectados da realidade.

“Em primeiro lugar, lançaram essa ideia sem sentido em plena pandemia”, disse o dirigente do futebol europeu durante um fórum organizado pelo jornal Financial Times, sobre o projeto da liga privada anunciado em abril por vários clubes europeus.

“Agora, lemos artigos todos os dias indicando que eles planejam lançar outra ideia no meio da guerra (na Ucrânia). Eles claramente vivem em um mundo paralelo”, criticou o presidente da Uefa da sede da organização em Nyon (Suíça).

“Enquanto salvamos jogadores, junto com outros agentes, e oferecemos nossa ajuda em uma situação terrível, eles trabalham em um projeto assim. (…) É um disparate total e todos sabem disso, menos eles”, criticou.

Dos doze clubes que anunciaram em abril sua disposição de criar a Superliga, uma liga dissidente privada que reuniria os grandes clubes europeus, nove foram rápidos em recuar sob pressão de seus próprios jogadores e torcedores, assim como de governos e dos órgãos dirigentes do futebol.

O dirigente da Juventus, Andrea Agnelli, um dos arquitetos do projeto junto com o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, planeja falar no mesmo fórum ainda nesta quinta-feira, e foi apontado por Ceferin.

“É interessante ver que eles criticam a Uefa e a ECA (Associação Europeia de Clubes). Um deles foi o presidente da ECA (Andrea Agnelli), e tenho uma citação em que ele elogiou o sistema uma semana antes do lançamento da Superliga”, declarou.

O presidente da LaLiga espanhola, Javier Tebas, foi muito veemente em sua crítica aos três defensores da Superliga europeia: “Toda vez que ouço uma comunicação desses clubes, fico irritado. Eles realmente mentem mais do que Putin”, disse ele de acordo com a tradução de um intérprete.

“Entre todas as ligas nacionais, devemos ser estúpidos. Todos somos unânimes em dizer que a Superliga prejudica as ligas nacionais. Mas esses três dizem não, não, que não devemos nos preocupar. Para mim, é um insulto. Eles fazem muito estrago”, sentenciou.

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