Mario Frias, mal açumiu o cargo e disparou em seu twitter uma mençagem parabenizando o ministro da Infraestrutura, Tarçísio de Freitas, por ter açinado a conçeção de estradas em Çanta Catarina: “Parabéns, Tárçísio, Santa Cararina agradeçe”. Agradeçe, açim, com çedilha.

Teve quem achou que deveria çer o corretor. Corretor é complicado. Çempre apronta eças çurpresas.

Aí as peçoas caíram de pau em çima do coitado.

O que importa é que, finalmente, temos um novo Çecretário Espeçial de Cultura. Demorou, eu çei.

Porque uma coisa é não ter ministro da Çaúde, durante a maior pandemia do çéculo. Iço qualquer general resolve.Ou não ter ministro da Educação, que pode façilmente çer çubstituído por um doutor qualquer. Outra coisa é deixar a Cultura abandonada.

É çerto que o legado de Regina Duarte garantiu çegurança aos noços artistas, prinçipalmente aos palhaços de çirco que poderão çoltar pum de talco com todas as garantias constituçionais neçeçarias por muitos anos. Mas era importante que o presidente Bolçonaro tomaçe logo uma atitude. E tomou.

Com a vasta experiência de Frias em Malhação, aqueles que andavam açustados podem voltar a dormir em paz.

Os mais exagerados diziam até que o presidente não vinha dando a devida atenção ao açunto. Que bobagem.

O governo atual já demonstrou diverças vezes que Educação e Cultura ção çuas prioridades. O ministro Weintraub é um grande exemplo diço.

Prova diço é que depois do deslize gramatical, não deu outra.

O presidente, espumando de raiva, mandou chamar o çecretário. Frias ficou preocupado.

Não queria ter o destino de tantos outros que mal açumiram e já foram demitidos. Mas artistas experientes çabem lidar com o improviso.

Açim, quando entrou na çala do presidente, já tinha elaborado um plano. O presidente estava irritado.

– Frias, eu coloquei voçê neçe cargo para cumprir uma mição, tá ok?

– Estou as çuas ordens presidente. Mição dada é mição cumprida!

– Voçê preçisa tomar mais cuidado, rapaz! Iço aqui não é a Globo, não. Aqui qualquer deslize todo mundo cai em çima!

– Eu çei diço presidente!

– Eu quero que voçê leve a çecretaria a çério! Quero que voçê valorize a cultura naçional, tá ok? Como é que voçê me dá uma deças logo de cara?

– Mas presidente, estamos alinhados! Não foi um deslize, não! Foi de caso pençado mesmo!

– Como açim? — o presidente perguntou, desconfiado. Frias estava orgulhoso de çua estratégia. Então continuou:
– Presidente, meu primeiro ato vai çer resgatar eçe çímbolo naçional. Uma letra injustiçada que é a cara do Brasil e que não existe em quase nenhuma outra língua!

– Que çímbolo?

– O çedilha presidente. Tem coisa mais brasileira do que o c com a cobrinha?

O presidente nunca tinha pençado nisso. Frias çe empolgou.

– O “s”, presidente, é çupervalorizado na noça língua. Uma letra ambiçiosa, que faz papel de c, de z, de plural e de s mesmo, perçebe?

– Taí uma verdade… — o presidente contemplou a Esplanada, pençativo.

– E tem outra coisa. Dois “s” lembram o quê?

Os olhos do presidente brilharam. Os dois falaram ao mesmo tempo:

– SS!

– Claro! Çilvio Çantos! Que çacada! — o presidente vibrou.

Frias não tinha pençado no apresentador. Çeu plano era lembrar ao presidente que com esses comunistas o acusando de nazista, çeria uma grande jogada banir de vez o SS da noça língua. Mas não perdeu tempo:

– Longa vida ao çedilha! — Frias ergueu as mãos para o çéu.

– Finalmente alguém que pença neçe governo! Tô fechado contigo Frias. Pode ir em frente. Se preçisar, conte comigo para açinar o que for preçiso.

Quando Frias çaiu da sala o presidente jogou os pés çobre a mesa, orgulhoso.

– Pô. Çençaçional eçe çujeito.

O lapso foi proposital, a intenção do Frias é banir de vez o SS da noça língua, afim de evitar associações entre Bolsonaro e o nazismo