Cecafé: exportação brasileira em novembro caiem volume, mas cresce em receita

São Paulo, 10 – O Brasil exportou 3,582 milhões de sacas de 60 kg de café em novembro, 26,7% menos em relação aos 4,889 milhões de sacas de novembro do ano passado. Já a receita cresceu 8,9% no mesmo intervalo, para US$ 1,535 bilhão, informou, ontem (9), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Com isso, nos primeiros cinco meses da safra 2025/26 a exportação soma 17,435 milhões de sacas (-21,7%), com receita de US$ 6,723 bilhões (+11,6% ante julho a novembro de 2024). No acumulado do ano, o Brasil exportou 36,868 milhões de sacas de todos os tipos de café, queda de 21% na comparação com os 11 meses de 2024. A receita cambial foi 25,3% maior, de US$ 14,253 bilhões.

“A maior entrada de dólares com os embarques de café do Brasil em novembro, na safra e no acumulado de 2025 reflete as cotações mais elevadas no mercado, com preços médios cerca de 50% superiores aos mesmos períodos antecedentes”, disse em nota o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira. “Já o recuo no volume era esperado após números recordes em 2024 e menor disponibilidade do produto neste ano”, acrescentou.

De acordo com Ferreira, o desempenho reflete ainda o impacto gerado pelos quase quatro meses de tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre a importação dos cafés do Brasil e a dificuldade para embarcar devido à defasagem da infraestrutura portuária no País. Conforme a entidade, de agosto a novembro deste ano, período de vigência das taxas impostas pelos EUA – 6 de agosto a 21 de novembro, com retroatividade ao dia 13 -, as exportações dos cafés brasileiros aos norte-americanos despencaram 54,9% na comparação com os mesmos quatro meses de 2024, saindo de 2,917 milhões de sacas para 1,315 milhão de sacas.

“Após a retirada do tarifaço sobre os cafés arábica, conilon, robusta, torrado e torrado e moído, observamos a retomada dos negócios entre Brasil e EUA, o que implica que deveremos observar melhoras nos números a partir deste mês de dezembro. Contudo, é preciso recordar que o café solúvel, que representa 10% de nossas exportações aos americanos, ainda segue tarifado em 50%, por isso continuaremos trabalhando para que esse produto também seja isento da taxação”, comenta Ferreira.