O pequeno Raimundo Neto, de três anos, foi picado por um escorpião no mês de fevereiro, na cidade de Barbalha (CE). Após quase dois meses internado, o menino recebeu alta no último sábado (15). Porém ele ficou com sequelas e não consegue enxergar, andar e tem dificuldades para falar.

Resumo:

  • Menino de três anos foi picado por escorpião em Barbalha (CE);
  • Após quase dois meses internado, Raimundo recebe alta, mas fica com sequelas neurológicas;
  • Família procura ajuda para tratamento, incluindo fisioterapeuta e fonoaudióloga.

A mãe do menino, Nageane de Souza, informou em entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da TV Globo, que agora a família procura ajuda para realizar o tratamento de Raimundo.

“Ele precisa correr contra o tempo para tentar conseguir tudo o que ele tinha antes. Ele precisa de uma fisioterapeuta motora respiratória, tem que ser da área, pois o problema dele é todo neurológico. Fonoaudióloga também entre outros. O problema do meu filho é todo neurológico”, disse.

“Minha amiga conseguiu encontrou uma neuro-oftalmologista aqui na região, acho que é a única que tem e ela deu para gente e fez questão de pagar. E agradeci demais esse apoio. Para saber se ele tem a possibilidade de voltar a enxergar”, acrescentou.

Paradas cardíacas e edema pulmonar

Além do problema neurológico, Raimundo sofreu outras complicações enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Vicente de Barbalha.

De acordo com Nageane, o menino teve quatro paradas cardíacas e um edema agudo pulmonar. “O coração dele estava parando de bater e eu o vi partir, mas Deus o deixou ficar comigo. É realmente um milagre. Ele ficou com sequelas por conta das quatro paradas cardíacas”, afirmou.

Relembre o caso

No dia 22 de fevereiro, Raimundo estava brincando no quintal da casa de uma tia quando foi picado por um escorpião. Rapidamente a família levou o menino para o Hospital São Vicente de Barbalha.

Nageane afirmou que os profissionais de saúde não se preocuparam em aplicar o soro contra o veneno do escorpião.

“Eu não fui orientada a levar meu filho a outro hospital, a outra unidade para dar o soro. Deram o soro ao meu filho quando ele estava na UTI entre a vida e a morte. Tenho esse questionamento. Será que eles tivessem dado o soro ao meu filho tinha evitado todas essas complicações?”, perguntou.

Procurado pela TV Verdes Mares, o Hospital São Vicente de Barbalha informou que não vai se pronunciar sobre o caso.

Já a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) afirmou que o soro é distribuído para 21 hospitais que são considerados referências na região. A pasta ressaltou que o Hospital Regional do Cariri é referência para o atendimento de pacientes picados por escorpiões em Barbalha e outros municípios próximos.

A secretaria também comunicou que tem prestado auxílio ao menino e à família desde a internação e já recebeu a solicitação sobre os profissionais necessários para o acompanhamento de Raimundo em casa.