Na última sexta-feira (10), um médico foi indiciado por homicídio culposo pela morte de João Gabriel Sousa da Silva, de três anos, depois de ele ter sido liberado duas vezes do Hospital Municipal de Itatira, localizado no interior do Ceará. Agora, ele também é investigado pela Polícia Civil por um outro caso de possível negligência em uma unidade de saúde do estado. As informações são do G1.

Segundo a Polícia, o outro caso suspeito teria ocorrido no município de Trairi. Não há informações até o momento se o paciente também era uma criança nem as circunstâncias em que aconteceu a ocorrência.

Em abril deste ano, João Gabriel morreu depois de ter complicações decorrentes de negligência no atendimento médico. O laudo da autópsia concluiu que a causa da morte foi choque séptico ocasionado por complicações de pneumonia aguda bilateral.

No decorrer das investigações, foi constatado que o médico não realizou os procedimentos básicos.

O irmão mais velho do menino, Paulo Henrique, narrou a busca da família por atendimento ao João Gabriel.

“Meu irmão estava com 39 graus de febre, levamos para o hospital no domingo (dia 17 de abril). O médico atendeu, passou uma injeção, ele tomou a injeção e passou uns remédios para a minha mãe comprar e ela comprou. Ele tomou a injeção e nada da febre dele baixar, aí nós levamos para o enfermeiro. O enfermeiro deu um remédio que baixou a febre, ele melhorou mais e nós viemos para casa.”

Segundo ele, na segunda-feira, dia 18 de abril, João Gabriel piorou. “Quando foi 1h da manhã meu irmão começou a gemer, falando de uma dor na barriga, a febre ficando muito alta de novo e nós levamos para o hospital novamente. Chegando lá, o vigia foi chamar o médico, o médico demorou mais de 30 minutos para descer. Ele passou mais duas injeções para o meu irmão, sendo que ele já tinha tomado uma, e a febre dele não baixou, estava em 38,1 graus e o médico mandou a gente vir para casa.”

Depois, na residência da família, o quadro de saúde do menino piorou ainda mais.

“Quando ele chamou minha mãe, ele já estava bem roxinho. Aí minha mãe deu entrada no hospital novamente com ele. Chegou lá o médico botou ele no soro. Quando foi 12h meu irmão começou a passar mal, tentaram reanimar, mas ele morreu”, acrescentou Paulo Henrique.

A família chegou a pedir para que João Gabriel fosse transferido para um hospital da cidade de Canindé, porém não deu tempo.

Ao ser questionado, o advogado Edmilson Barros, que representa o médico, informou que irá se manifestar sobre o caso somente nos fóruns técnicos.