BERLIM, 9 ABR (ANSA) – A conservadora União Democrata Cristã (CDU), legenda do futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, fechou nesta quarta-feira (9) um acordo com o Partido Social-Democrata (SPD), de Olaf Scholz, para formar um novo governo.
A CDU saiu vencedora das eleições federais de 23 de fevereiro, mas sem alcançar maioria no Parlamento, de modo que precisou costurar uma aliança com o rival SPD, repetindo uma coalizão que já governou em outras quatro ocasiões na Alemanha pós-guerra, sendo três delas durante a era Angela Merkel, líder histórica do partido conservador.
A CDU e seu braço na Baviera, a União Social Cristã (CSU), terão 10 ministérios, incluindo os de Relações Exteriores e do Interior (responsável por políticas migratórias), enquanto o SPD ficará com cinco pastas, como Finanças e Defesa. Juntos, os dois partidos terão 328 assentos no Parlamento, pouco mais que o mínimo de 316 necessário para assegurar a maioria.
“O acordo é um sinal muito forte e claro aos cidadãos de nosso país e também aos nossos parceiros na União Europeia. A Alemanha terá um governo forte e capaz”, declarou Merz.
As duas legendas aceleraram as negociações para garantir que o país tenha um Executivo sólido e em pleno funcionamento em meio à guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça aprofundar a recessão na economia alemã.
De acordo com Merz, o acordo será votado em um congresso da CDU em 28 de abril, paralelamente a uma votação entre os filiados do SPD. Com isso, o novo governo deve tomar posse no início de maio.
O pacto também isola o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), segundo mais votado nas eleições de fevereiro e que, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta, assumiu a liderança das intenções de voto, com 25%, um ponto a mais que a CDU/CSU. (ANSA).