A Liga dos Campeões “não é uma obsessão”, mas sim um “objetivo” que “corre nas minhas veias”, afirmou o atacante uruguaio do PSG Edinson Cavani, a poucos dias do confronto decisivo contra o Napoli, seu ex-clube, na próxima terça-feira em San Paolo.

Em entrevista exclusiva à AFP, realizada em Mônaco antes da entrega do prêmio Golden Foot, o maior artilheiro da história do PSG também elogiou a “bela mentalidade” do novo técnico do clube, Thomas Tuchel, e afirmou que está trabalhando duro para conseguir um melhor entendimento em campo com seus companheiros de ataque, Neymar e Mbappé.

– Uma lesão na coxa não permitiu que você disputasse o clássico francês contra o Olympique de Marselha (vitória do PSG por 2-0), no domingo. Você terá condições de jogar contra o Lille, nesta sexta-feira?

“Estou melhor, espero estar de volta para a partida contra o Lille, para retomar o ritmo de jogo e estar 100% contra o Napoli”.

– Como você analisa essa partida contra o Napoli, um clube no qual brilhou entre 2010 e 2013?

“Será um jogo especial, porque passei três anos fantásticos lá, joguei muitas vezes no estádio San Paolo. Existem estádios nos quais a gente se sente melhor do que em outros, mas no fim são outras coisas que importam dentro de campo. Será uma bela partida para mostrar que passamos a um nível superior e que somos capazes de enfrentar situações como essa, em que se a gente perder a classificação para a próxima fase fica complicada. Isso vai nos permitir crescer como equipe”.

– Ganhar a Liga dos Campeões com o PSG é uma obsessão para você?

“Não é uma obsessão, é um objetivo que o clube me propôs antes de assinar. Está na minha cabeça, corre nas minhas veias. Eu quero ganhar, porque é o projeto que me foi apresentado. É preciso também trabalhar a temporada toda no Campeonato Francês, na Copa da França, na Copa da Liga, que são importantes para o clube e permitem chegar em forma aos jogos da Liga dos Campeões”.

– “Montar um time de guerreiros” –

– O que falta ao PSG para ganhar a Champions?

“Eu digo o que penso e os exemplos recentes são claros: as equipes que conseguiram jogar a final, ou que ganharam, trabalham juntas. Isso não quer dizer que não trabalhamos juntos, mas, nos quatro meses sob o comando do novo técnico (Thomas Tuchel), é possível ver que ele tem muita vontade de ter sucesso, de colocar em prática suas ideias para montar um verdadeiro grupo de guerreiros, como o Atlético de Madrid, como a Juventus, para conquistarmos grandes coisas juntos”.

– O que Tuchel trouxe de novo desde que chegou ao PSG?

“Ele tem uma bela mentalidade, ele gosta de ganhar com uma bela estrutura de equipe, ele quer que todo mundo trabalhe junto, e isso é o mais importante para mim. É normal que um técnico que acabou de chegar tente fazer coisas diferentes para tentar alcançar objetivos em que falhamos na temporada passada, já que não conseguimos ganhar a Liga dos Campeões”.

– Como explicar que sua relação técnica com Neymar e Kylian Mbappé ainda não seja a ideal?

“Temos um processo de trabalho e isso não quer dizer que eu não me entendo com Neymar ou Mbappé. Espero que este trabalho, com este novo técnico, conseguirá nos dar a estrutura perfeita para fazer uma grande temporada, todos juntos. Sabemos o que temos que fazer dentro de campo, temos que ser uma bela equipe de guerreiros”.

Respostas colhidas por Daniel ORTELLI.

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