A Bolsa brasileira iniciou a semana em queda, alinhada ao recuo dos mercados acionários dos Estados Unidos e refletindo cautela com andar moroso da agenda de reformas. Tanto aqui quanto lá fora investidores esperam o encontro oficial entre EUA e China esta semana para saber se haverá acordo comercial entre os países.

Enquanto isso, surgem notícias que reforçam a cautela em relação a um tema quem vem se arrastando há tempos: guerra comercial. Há relatos de resistência por parte dos chineses em fechar uma negociação comercial com o governo norte-americano.

“Esse jogo de empurra-empurra aqui e no exterior deve deixar a Bolsa devagar”, estima Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM.

No Brasil, explica, além da indefinição em relação à partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal acabar por atrasar ainda mais a tramitação da reforma da Previdência, pode comprometer outras reformas. “E isso resulta também em demora em investimentos para o País. Da mesma forma, o adiamento da situação comercial China-EUA não é bom”, completa.

Enquanto isso, diz, a Bolsa pode ficar no sobe-e-desce e, hoje, passar por realização, após alta de 1,02%, aos 102.551,32 pontos, na sexta-feira. Às 11h25, o Ibovespa cedia 0,15%, aos 102.394,74 pontos.

Além do impasse relacionado à cessão onerosa, há o temor no mercado de que a aprovação da reforma previdenciária se alongue ainda mais por conta da ausência de parlamentares no Brasil nos próximos dias, que viajarão a Roma. Os presidentes da Câmara (DEM-RJ), Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) farão parte da comitiva do governo que viajará ao Vaticano (Itália) para assistirem à cerimônia de canonização da Irmã Dulce, no dia 13 deste mês.

Maia, no entanto, disse que a viagem não deve atrapalhar os trabalhos da Casa. Ainda afirmou que vê muita chance de a reforma tributária ser aprovada ainda este ano no Congresso.