Cautela com tarifas dos EUA e ata do Copom derrubam Ibovespa

A cautela dos investidores em meio ao contínuo debate sobre tarifas comerciais gera cautela e Ibovespa cai desde a abertura da sessão desta terça-feira, 4, mesmo após o recuo na véspera. Abriu em torno dos 125 mil pontos, mas acentuou as perdas e opera no nível dos 124 mil pontos. Só oito ações subiam, de um total de 87 papéis.

O tom é negativo nesta manhã nas bolsas europeias e nos índices futuros em Nova York apesar de o governo americano também ter voltado atrás em relação ao Canadá, depois do México. Agora ficam as atenções sobre a China, que já retaliou.

Internamente, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e os dados da produção trimestral da Petrobras também são avaliados. Na semana passada, o Copom do Banco Central elevou a Selic em um ponto porcentual, como o esperado e indicado no final do ano pelo próprio BC, para 13,25% ao ano. Contudo, o conteúdo do comunicado foi lido por alguns especialistas como mais leve.

“A ata só confirmou algumas tendências que deixaram alguns em dúvida quanto ao comunicado. Tem um pouco de reversão, é um tom duro. Para mim, o comunicado veio duro e a ata só confirmou. O mercado está macroeconomista demais. Por isso, tem a precificação na curva futura”, avalia Matheus Spiess, analista da Empiricus Reserch.

Na ata divulgada mais cedo, o documento do Banco Central destacou entre outros fatores a desancoragem das expectativas. Segundo o Copom, há riscos pressionando o viés de alta da inflação, sobretudo a falta de ancoragem das expectativas. Também estão no balanço altista do colegiado o sobreaquecimento da economia e a condução da política econômica com impacto nas taxas de câmbio.

Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, considerou o tom da ata “menos hawkish” do que no comunicado, que, segundo sua visão, pareceu que tinha grandes chances de não ter alta em maio (manter estável). “Já pelo tom da ata, parece que está aberto”, avalia. Por ora, o viés é de alta nos juros futuros enquanto o dólar à vista cai a R$ 5,8124.

Sobre a Petrobras, o Relatório de Produção da estatal do quarto trimestre de 2024 apontou nova queda relevante na produção de óleo e gás da estatal ante igual período de 2023, de 10,5%. Na comparação com o segundo trimestre, o recuo foi de 2,1%, devido ao maior número de paradas de manutenção, que foram compensadas apenas em parte pela entrada em operação de novos navios-plataforma no pré-sal.

Nesta manhã, as ações da Petrobras caem entre 1,65% (PN) e 1,90% (ON). Além do relatório, investidores ainda monitoram o petróleo, que cede mais entre 2,07% (Londres) e 3,03% (Nova York).

Ontem o Ibovespa fechou em baixa de 0,13%, a 125.970,46 pontos.

Por volta das 11 horas desta terça, o Ibovespa caía 0,91% (124.821,32 pontos), caiu 0,99% e atingiu mínima de 124.721,29 pontos, vindo de máxima de abertura aos 125.964,36 pontos (-0,02%).

Vale caía 0,24%, ainda operando sem a referência do minério de ferro em Dalian, na China, por conta do feriado do Ano Novo Lunar. Em meio ao avanço dos juros, Magazine Luiza cedia 5,12%, ldierando o grupo das baixas. Já Raiadrogasil era destaque entre as poucas altas, com 0,63%.