Católicos LGBT+ podem ‘salvar’ Igreja, diz ativista italiana

VATICANO, 5 SET (ANSA) – Um ativista católica LGBT+ afirmou nesta sexta-feira (5) que essa comunidade pode contribuir para a “salvação” da Igreja Católica.   

Dea Santonico faz parte da ONG La Tenda di Gionata (A Tenda de Jônatas), que trabalha para garantir acolhimento a minorias sexuais no catolicismo e organizará uma peregrinação no âmbito do Jubileu de 2025 neste sábado (6), quando o grupo pode ser recebido pelo papa Leão XIV.   

“A primeira vez que coloquei juntas as palavras ‘Jubileu’ e ‘comunidade LGBT+’ foi há 25 anos, em 2000, ano do grande Jubileu e do Pride em Roma”, disse Santonico, que é mãe de um filho homossexual.   

“Havia quem considerasse um escândalo essa coincidência de eventos, mas, pensando bem, o Jubileu da tradição bíblica era o ano da restituição das terras àqueles de quem elas tinha sido tomadas, da remissão das dívidas e da libertação dos escravos e prisioneiros, o tempo de libertar os oprimidos e restituir a dignidade àqueles a quem ela tinha sido negada”, acrescentou.   

Segundo ela, as pessoas LGBT+ também tiveram sua identidade negada durante muito tempo, inclusive por aqueles que até as toleravam, mas “desde que permanecessem nas sombras”.   

“Pensando bem, o Jubileu tem a ver com tudo isso, não tem nenhum escândalo e nenhum enfrentamento. Amanhã vou atravessar a porta santa da Basílica de São Pedro. Para contaminar a Igreja Católica? Ou para salvá-la por meio dessa contaminação?”, questionou a peregrina.   

O pontificado do papa Francisco foi marcado por uma inédita abertura da Igreja a minorias sexuais, inclusive com a autorização para padres e bispos abençoarem uniões homoafetivas, o que rendeu críticas de franjas ultraconservadoras do clero ao argentino.   

Leão XIV, no entanto, tem mantido postura discreta a respeito dos católicos LGBTQIA+ e ainda não tratou do tema publicamente, embora um padre atuante nessa pastoral, James Martin, tenha se reunido com o pontífice nesta semana e visto nele a mesma abordagem de Jorge Bergoglio. (ANSA).