Catar se reunirá com Hamas e Turquia para avaliar plano de Trump

DOHA, 30 SET (ANSA) – O Catar informou que se reunirá com negociadores do Hamas e da Turquia nesta terça-feira (30) para discutir o plano de paz para a Faixa de Gaza anunciado ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o aval do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.   

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Doha, Majed al-Ansari, “a delegação negociadora [do Hamas] prometeu estudá-lo [o plano de paz de Trump] com responsabilidade”.   

“Haverá ainda outra reunião hoje, com a presença da delegação negociadora do lado turco”, acrescentou o representante do Catar.   

Ontem, em meio ao encontro entre Trump e Netanyahu, a Casa Branca divulgou um plano de paz para tentar colocar um ponto final na guerra em Gaza.   

A proposta apresentada pelo presidente americano, que foi aprovada pelo primeiro-ministro de Israel, menciona a criação de uma zona “desradicalizada”, livre de grupos armados e que não representará mais uma ameaça aos seus vizinhos.   

O texto ainda cita que Tel Aviv não ocupará ou anexará o enclave e estabelece a libertação dos reféns israelenses e de milhares de palestinos presos.   

Além disso, a proposta prevê uma força-tarefa para estabilizar o território.   

“Gaza será governada sob a administração transitória temporária de um comitê tecnocrático e apolítico, responsável pela gestão cotidiana dos serviços públicos e municípios. Esse comitê será composto por palestinos qualificados e especialistas internacionais, com a supervisão e o controle de um novo órgão de transição que será liderado por Trump, juntamente com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo Tony Blair”, diz o plano do republicano.   

“À medida que Gaza se desenvolve e o programa de reformas é fielmente seguido, as condições podem finalmente ser criadas para um caminho confiável para a autodeterminação e a criação de um Estado palestino”, acrescenta a proposta, que impõe ao Hamas até 72 horas para devolver todos os reféns.   

Em uma coletiva de imprensa em Washington, Trump declarou que Netanyahu concordou com o plano e garantiu que, caso o movimento islâmico rejeite o texto de paz, os EUA apoiarão os israelenses para “concluir o trabalho de aniquilar a ameaça”.   

Durante sua fala, o magnata criticou duramente os países, incluindo os europeus, que “reconheceram a Palestina de forma tola” e chamou Netanyahu de “guerreiro”, mas disse que ele “entende que é hora de acabar com a guerra em Gaza”.   

“Hoje (29), estamos dando um passo decisivo tanto para o fim da guerra em Gaza quanto para a construção da paz em todo o Oriente Médio. Caso o Hamas rejeitar o seu plano, senhor presidente, ou se supostamente aceitá-lo e depois fizer de tudo para contrariá-lo, Israel concluirá o trabalho por conta própria”, declarou o premiê. (ANSA).