O governo regional catalão anunciou, nesta terça-feira (7), que vai endurecer o uso obrigatório da máscara, mesmo quando se mantiver a distância física, após um surto que preocupa “muito” as autoridades sanitárias espanholas e forçou o isolamento de 200.000 pessoas.

“A vontade é que o uso da máscara seja sempre obrigatório, além da distância entre pessoas”, afirmou, em entrevista coletiva em Barcelona, a porta-voz do Executivo regional, Meritxell Budó.

Hoje, o uso de máscara é obrigatório em toda Espanha sempre que não for possível manter a distância interpessoal de 1,5 metro, assim como nos transportes públicos.

As autoridades regionais pretendem estender essa obrigatoriedade.

No sábado, o governo local isolou 200.000 habitantes nos arredores da cidade de Lérida (150 quilômetros ao oeste de Barcelona) por um surto com centenas de contágios. Desde o início de junho, foram detectados mais de mil casos na localidade. Segundo dados regionais, houve mais 64 registros de infecção em 24 horas.

“Observamos certas atitudes de relaxamento no uso das máscaras (…) Entendemos que, talvez, devamos ir um pouco mais além”, afirmou Budó.

“Os focos de Lérida estão nos preocupando. Estão nos preocupando muito”, advertiu hoje o diretor do Centro de Emergências Sanitárias espanhol, Fernando Simón.

A medida e os detalhes de sua aplicação devem ser aprovados em uma reunião do serviço de Defesa Civil prevista para esta quarta, completou a porta-voz.

Outra comarca na Galícia (noroeste), com 70.000 habitantes, também está isolada, com seus acessos fechados. Ali, o volume de casos está em torno de 100.

O surto na Catalunha, onde os separatistas (no poder) foram muito críticos da gestão nacional da pandemia, despertou dúvidas sobre o sistema de detecção de contágios implementado na região.

A porta-voz do governo catalão defendeu sua gestão, mas reconheceu que “se está discutindo de que forma se pode tornar mais efetivo o sistema de rastreamento de contatos”.

Com mais de 28.300 mortos, a Espanha é um dos países mais atingidos pela pandemia na Europa. De meados de março até 21 de junho, o governo aplicou um dos confinamentos mais rígidos do mundo.