Castro diz ao STF que megaoperação empregou força proporcional e seguiu leis

Em ofício enviado a Alexandre de Moraes, governo do RJ afirmou que corpos foram 'removidos e descaracterizados' antes da perícia

Operação no Rio de Janeiro: PGR pediu informações após 121 mortes
Operação no Rio de Janeiro: STF pediu informações após 121 mortes Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a megaoperação policial contra o Comando Vermelho que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense, respeitou a Constituição, adotou medidas para redução de riscos e se concentrou em “áreas não residenciais, sem impacto sobre escolas e com emprego proporcional da força“.

Segundo o governo, a ofensiva contra a facção criminosa foi planejada com “controle judicial e acompanhamento ministerial” e em acordo com as diretrizes da ADPF das Favelas, que estabeleceu uma série de regras para reduzir a letalidade policial no estado.

Relator da ADPF, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o governador prestasse esclarecimentos sobre a operação e preservasse as provas da região onde os policiais agiram. Nesta segunda-feira, 3, Castro e Moraes se reuniram para discutir o episódio.

Polícia investiga alteração de provas

Segundo o governo Castro, a “preservação do local” e a “conservação de vestígios” foram dificutadas porque parte do confronto entre policiais e suspeitos ocorreu em “área de mata de difícil acesso”.

Além disso, “foi amplamente noticiado que corpos foram removidos e descaracterizados por terceiros antes da atuação pericial“, seguiu o documento. Como a imprensa mostrou, corpos enfileirados após a operação estavam nus e a polícia instaurou um inquérito para apurar eventual crime pela alteração do local.