O ator e humorista Castrinho negou as acusações feitas pela atriz Íris Bruzzi sobre um suposto abuso sexual que ele teria cometido com ela durante sua juventude e ainda criticou a apresentadora Antonia Fontenelle, dona do canal de YouTube em que Íris fez as declarações.

“Eu estou com um advogado conversando pra ver o que posso fazer. Não tenho nem intenção de dizer que vai me pagar danos morais, se bem que o advogado vai querer.”

“A minha intenção é mostrar que isso foi uma loucura, e não foi uma loucura de adolescente, duas adolescentes. Foi uma loucura de uma senhora, duas senhoras”, contou Castrinho ao E+ nesta terça-feira, 18.

Em entrevista ao canal de Antonia Fontenelle no YouTube no último dia 12, Íris havia contado uma história passada em um hotel em Recife, quando, após “tomar cinco daiquiris”, teria sido abusada pelo humorista.

“A verdade é que o Castrinho me comeu a noite inteira. Eu acordei e senti como se tivesse uma colmeia de abelha, um pouco melada, achei muito esquisito. O que tá acontecendo? Ele falou: ‘Olha, Bruzzi, eu não resisti e tive que te comer. Você é linda demais, não ia dar em sã consciência pra mim’, aí ficou por isso mesmo”, relatou a atriz.

“Fiquei impressionado aquela maneira que ela falou, ‘parecendo uma abelha’, sabe? Depois de 57 anos, inventar uma história dessa, não sei se pra me prejudicar, não sei. Tô com 60 anos de carreira, 78 anos de idade”, disse Castrinho.

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Críticas a Antonia Fontenelle

O humorista também criticou Antonia Fontenelle, que levou o conteúdo ao ar sem ter pedido sua versão a respeito do caso.

“Agora, o que não entendo, pior ainda, é a Antonia Fontenelle. Só porque tem um canal no YouTube, fazer uma barbaridade. Tá expondo inclusive a Íris, que já é uma senhora, sabe? Sem cuidado, sem carinho, sem amor nenhum.”

“E tá querendo me expor. A Antonia conhece minha mulher, se dá com minha mulher. O mínimo que ela podia ter feito é dizer: ‘Olha, eu fiz uma entrevista com a Íris e ela disse isso. Vamos conversar.'”

“Não sei, eu achei que depois de uma certa idade as punhaladas nas costas sumiriam, principalmente com as pessoas com as quais eu me dou bem – ou me dava bem. […] A Antonia Fontenelle, volta e meia eu via, me tratava com muito carinho”, desabafou.

O E+ entrou em contato com a assessoria de Antonia Fontenelle a respeito do caso, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Defesa

Segundo Castrinho, o caso teria ocorrido no início da década de 1960, quando ele e Íris Bruzzi foram convidados a fazer um quadro na emissora de TV ligada ao Jornal do Commercio, em Recife: “Eu dublaria aquela música Ela É Carioca e a Íris faria caras e bocas. Isso era o início da televisão.”

“Fomos pro hotel, ela pediu dois quartos com a porta de ligação, porque ela tava no comando. Tudo bem. Fomos pra televisão, ensaiamos um pouquinho e fizemos o quadro.”

“Tranquilamente, fomos jantar, mas não houve esse ‘porre’ de daiquiri. Se não, vejamos, uma pessoa, como ela disse, que foi levada pro hotel, que tá de ‘porre’, não chega no hotel, toma banho, troca de roupa e escolhe o melhor baby doll que ela tem.”

“A porta do quarto ficou aberta porque ela pediu. E ela foi pro meu quarto de baby doll. Nós já tínhamos um ‘tititi’ não realizado, e, quando ela foi pro quarto, nós realizamos”


O humorista ainda afirma que chegou a ter um breve relacionamento com Íris pouco depois daquela ocasião.

“Pra uma pessoa que é estuprada nessa situação que ela diz, voltando ao Rio, o que ela ia querer seria distanciamento. [Mas] não, eu comecei a frequentar o apartamento dela, onde ela morava com outra grande atriz. […] Nós tivemos um relacionamento durante algum tempo.”

“Depois de um certo tempo, e não foi muito, senti que um grande diretor da TV Excelsior tinha um relacionamento com ela. Não sabia que tipo, mas era um relacionamento. E eu, iniciando minha carreira, tratei de me afastar porque você sabe, né. Se você tiver com a mulher do diretor, o caminho da rua é muito fácil.”

“Em 1963 eu estava simplesmente começando, tanto em teatro quanto em televisão. A Íris já era uma atriz consagrada. Pra você ter noção, eu não tinha nem um fusca e ela já tinha um Karmann Ghia conversível. […] Ela já era bastante coisa.”

Castrinho, porém, afirma que seguiu tendo uma relação cordial com Bruzzi: “continuei me dando com ela. Saía com o grupo, a gente sempre conversou”.

Durante a conversa com Antonia Fontenelle, Íris já havia falado sobre isso: “Adoro o Castrinho e continuei, apesar de tudo, gostando muito dele.”


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