07/04/2022 - 16:23
Goleiro e ídolo do Corinthians, Cássio recebeu ameaças de morte nesta quinta-feira (7). Em um primeiro momento, as advertências parecem ter partido de um torcedor do clube. Dessa forma, o jogador decidiu ir à delegacia e registrar um Boletim de Ocorrência.
Cássio teve acesso às ameaças por meio do personal trainer de sua esposa, Janara. O perfil, identificado como $heik Caçador, enviou mensagens pelo Instagram.
Além das mensagens, o autor das ameaças enviou áudios intimidadores e fotos ao personal, das quais uma aparece revólver com balas em cima de uma camisa do Corinthians.
“Ou esse vagabundo pede para sair, ou a coisa vai ficar mais embaixo. Pode mostrar, pode mostrar essa porra. Esse é o recado que “nóis” tá dando”, diz o autor das ameaças em um dos áudios.
“É questão de tempo. Não sei o que a gente vai fazer, matar eu não sei, mas vamos achar e esculachar. E pode dizer que estamos fechados com o português (o técnico Vítor Pereira), entendeu? Não com vagabundo paneleiro. O recado vale para todos”, diz o autor das ameaças.
Com a repercussão do caso, tanto o alvinegro paulista como o goleiro se posicionaram por meio de nota oficial.
Veja o posicionamento do Corinthians:
“O Sport Club Corinthians Paulista repudia veementemente as ameaças de morte e violência feitas ao goleiro Cássio e sua família por meio de mensagens enviadas em uma rede social.
O clube já acionou a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) a fim de tomar as medidas cabíveis para a segurança dos atletas. Esperamos que as autoridades consigam identificar o autor desse crime e que ele seja submetido às penas da lei. Rejeitamos a imagem que associa o Corinthians a uma arma de fogo e munição: como clube, nossa missão é de paz, respeito e igualdade, na vitória e na derrota.
O atleta de futebol é um ser humano que tem direito tanto à integridade física quando à saúde psicológica. Pedimos aos torcedores que se conscientizem a respeito da necessidade de paz no futebol, respeitem a pessoa do jogador e sua família e repudiem conosco qualquer iniciativa que tente transformar o futebol numa atividade em que a violência é tolerável.”
Leia a nota de Cássio:
“Resolvi me manifestar depois dos fatos que aconteceram com a minha família nesta quinta-feira (07/04).
Encaminhei à polícia os áudios recebidos por minha esposa, para que, quem tenha competência necessária, possa cuidar do caso. Não posso aceitar esse tipo de ameaça de forma alguma. Espero que a justiça seja feita.
Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de admitir falhas quando entendi que elas aconteceram.
Mas desafio alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo “vagabundo” ou “paneleiro”, os termos que foram usados hoje e que aparecem em algumas manifestações vez ou outra.
Sempre fui um jogador que me dediquei ao máximo e procurei ajudar dentro e fora dos campos os treinadores, atletas e dirigentes que passaram por aqui. Muitas vezes, entrei em campo sem as minhas melhores condições para ajudar o Corinthians. E fiz isso sem esperar nada em troca. Fiz porque sou assim. Sou muito grato ao Corinthians e procuro retribuir essa gratidão deixando tudo o que posso a cada dia.
Tenho total consciência que devo provar sempre porque cheguei a quase 600 jogos e conquistei nove títulos por esse clube. Nunca sentei em cima das glórias, até porque não ganhei nada sozinho e quero seguir ganhando enquanto eu tiver contrato vigente.
Por tudo isso, não aceito o que aconteceu e não quis ficar calado diante de tanta injustiça.”