França e Reino Unido bateram recordes de contágios diários nesta quinta-feira (23) diante do avanço da variante ômicron, que forçou o confinamento de todos os habitantes da cidade chinesa de Xi’an, além da adoção de outras medidas restritivas na Europa.

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No Reino Unido, registrou-se um recorde de cerca de 120.000 novos casos de covid-19 nesta quinta. O aumento em sete dias é de 50% e o número de internações começa a aumentar, sobretudo em Londres.

A situação nos hospitais é acompanhada com muita atenção “porque vai nos ensinar muito sobre a gravidade” da doença provocada pela ômicron, destacou nesta quinta Arnaud Fontanet, do conselho que assessora o governo francês.

A Escócia anunciou o fechamento de boates nesta quinta. Para a Inglaterra, o governo de Boris Johnson está adiando ao máximo as restrições mais severas, baseando-se em dois estudos que mostram um risco menor de hospitalizações com a variante ômicron em comparação com a delta, dominante até há pouco.

A situação na França também piora. Nesta quinta, foi batido o recorde de casos positivos em um dia desde o início da pandemia: 91.608 contágios, segundo o governo.

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O recorde anterior, de novembro de 2020, era de 86.852.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, doutor Hans Kluge, disse que “a ômicron está se tornando dominante em países como Dinamarca, Portugal e Reino Unido, onde os números dobram entre cada dia e meio ou três dias”.

 

Embora a ômicron se espalhe em alta velocidade, alguns estudos feitos esta semana em África do Sul, Escócia e Inglaterra dão um sopro de esperança quanto à gravidade dos casos.

Segundo uma análise da agência britânica de segurança sanitária, publicado nesta quinta-feira, os doentes infectados com esta variante têm entre 50% e 70% menos riscos de hospitalizações do que com a delta.

– Confinamento na China –

Dezenas de casos do coronavírus em Xi’an (norte da China) bastaram para que as autoridades chinesas fechassem esta cidade em nome de sua política de “covid zero”. A partir de agora, seus 13 milhões de habitantes terão que ficar em casa “exceto por motivo de força maior”.

Embora esteja longe dos 120.000 casos diários do Reino Unido ou dos 60.000 da Espanha, a China aposta em uma estratégia de erradicação do vírus, especialmente faltando um mês e meio para os Jogos Olímpicos de Inverno na capital, Pequim.

Esta variante já responde por 73% das novas infecções nos Estados Unidos.

A Espanha também bateu um recorde de casos diários, com mais de 60.000, quase metade devido à ômicron.

Diante desta situação, o governo espanhol, que conta com uma das populações mais amplamente vacinadas da Europa, anunciou na quarta-feira o restabelecimento do uso obrigatório das máscaras em ambientes externos.


A Grécia também anunciou na quinta que o uso das máscaras seria obrigatório em ambientes fechados e abertos durante as férias e foram canceladas todas as festividades públicas de Natal e Ano Novo.

– Vacina obrigatória no Equador –

 

O Equador tornou obrigatória a vacinação contra a covid-19 para a sua população a partir dos cinco anos de idade por causa da variante ômicron, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira.

A pasta argumentou que a decisão de obrigatoriedade da vacinação no país se enquadra na Constituição, que estabelece que o Estado deve garantir o direito à saúde.

Sessenta e nove por cento dos 17,7 milhões de equatorianos receberam o esquema vacinal completo.

 

E o Chile, com mais de 86% da população totalmente vacinada, anunciou que vai aplicar uma quarta dose do imunizante anticovid a partir de fevereiro, a começar pelos grupos mais vulneráveis.

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, aprovou nesta quinta a pílula anticovid da MSD um dia depois de ter dado luz verde a um medicamento similar da Pfizer.

– Menos grave, porém mais infecciosa –

O laboratório sueco-britânico AstraZeneca informou nesta quinta-feira que uma terceira dose da sua vacina aumenta “significativamente” o nível de anticorpos contra esta variante.

Apesar disso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou contra a ilusão de que seria suficiente uma dose de reforço para vencer a pandemia.


“Poderiam, inclusive, prolongá-la ao invés de acabar com ela, ao desviar as doses disponíveis a países com altas taxas de vacinação, dando ao vírus mais chances de se propagar e sofrer mutações”, acrescentou.

O caráter altamente infeccioso desta nova cepa pode neutralizar sua aparente menor gravidade, pois a alta propagação aumenta a quantidade de pessoas infectadas.

O mundo totalizou mais de 5,3 milhões de mortos e mais de 276 milhões de casos de covid-19 desde o fim de 2019, segundo um balanço estabelecido pela AFP nesta quinta-feira a partir de fontes oficiais.


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