Os casos de cólera se multiplicaram por dez em Moçambique, com mais de 28 mil infectados, desde que o ciclone devastador Freddy passou por este país do sul da África, alertou nesta terça-feira (25) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“Foram registados mais de 28 mil casos de cólera em Moçambique (…), dez vezes mais do que o número registrado no início de fevereiro e mais de metade dos casos é em crianças”, afirmou o porta-voz do Unicef em Moçambique, Guy Taylor, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

O porta-voz destacou que as Nações Unidas já distribuíram 2,4 milhões de vacinas contra a cólera no país, mas a doença continua se espalhando devido aos cortes no abastecimento de água e interrupções nos serviços de saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cólera já matou 123 pessoas em Moçambique este ano.

A cólera, uma infecção diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados por uma bactéria, registra um aumento acentuado, sobretudo na África.

O ciclone Freddy deixou pelo menos 86 mortos, destruiu as casas de dezenas de milhares e cerca de 390.000 hectares de terra neste país de 33 milhões de habitantes, que está entre os mais pobres do mundo.

O ciclone atingiu Madagascar e Moçambique no final de fevereiro e depois se moveu em direção ao oceano Índico, onde recuperou força devido às águas quentes antes de voltar para o continente africano. Nesta segunda passagem, atingiu em particular o Malawi, um país sem litoral, onde deixou cerca de 680 mortos e muitos desaparecidos.

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