A que ponto chegamos, não é mesmo? Um presidente da República, de forma inédita, se elege, pregando o extermínio dos opositores, naquilo que parecia ser mera – ainda que grotesca – figura de linguagem, mas que, ano após ano, depois de agressões diárias a qualquer tipo de oposição, sobretudo contra a imprensa, se transformou em selvageria pura, saltando dos ataques, ofensas e ameaças nas redes sociais e na internet, para pancadaria física e até mesmo, como nos casos recentes de Foz do Iguaçu e do interior de São Paulo, assassinatos de fato, cometidos por bolsonaristas contra petistas.

Tivemos lunáticos disparando foguetes contra o STF (Supremo Tribunal Federal) com o apoio de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e seus asseclas mais próximos. Tivemos malucos pregando um novo AI-5 (o mais duro dos atos institucionais da ditadura militar) e o uso deturpado do artigo 142 da Constituição Federal, também sob as bênçãos do devoto da cloroquina. Aliás, o próprio, em reunião ministerial, defendeu a luta armada contra prefeitos e governadores durante o auge da pandemia de coronavírus. Ou seja, como seria possível não chegar ao estado caótico em que nos encontramos atualmente?

Bolsonaro opera na violência. Sua gênese é o extermínio da vida humana. Ele lamenta que os índios brasileiros não tenham sido mortos pelo exército. Ele acredita que uma mulher feia não merece ser estuprada. Ele prefere que um filho gay morra em um acidente. Ele lamenta ter tido uma filha após uma “fraquejada”. Ele chama de maricas quem não tentou enfrentar a covid-19 “de peito aberto”. Ele desdenha dos mortos e pisoteia os enlutados. Ele zomba dos 33 milhões de famintos. O amigão do Queiroz é o próprio Anjo da Morte, encarnado no Messias de araque. E quem o devota sofre da mesma sociopatia abjeta.

A jornalista Vera Magalhães é a bola da vez, da canalha ordinária sob a ordem bolsonarista, como já foram outras jornalistas: Patrícia Campos Mello (UOL), Miriam Leitão (G1), Daniela Lima (CNN), Laurene Santos (GLOBO), Sylvia Colombo (FOLHA), Constança Rezende (ESTADÃO). Covardes, machistas, misóginos, repugnantes, canalhas! O patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias – compradas com dinheiro vivo, advindo de panetones e micheques, dentre outras formas suspeitas – é o líder de uma corja que merecia estar na prisão, e não em cargos públicos custeados (também!!) por quem agride.

E um destes vagabundos, financiados pelo dinheiro público, é o deputado paulista Douglas Garcia (Republicanos). Reparem o nome do partido que abriga este traste. O valentão investiu covardemente contra Vera, exatamente como já havia feito o “mito”, chamando a jornalista de “vergonha”, simplesmente por estar exercendo legitimamente e legalmente a profissão. Aliás, talvez seja este o motivo: legalmente! Essa gente imunda detesta tudo o que é “legal”. Adoram uma clandestinidade, uma, como é mesmo?, “moeda corrente”, ou funcionários fantasmas e rachadinhas, além de armas e munições sem rastreio.

Mas o pior sempre vem, e veio no dia seguinte com a matilha bolsonarista, em êxtase nas redes sociais, festejando o agressor e atacando a agredida, como vem fazendo, sob ordem unida, há meses. Aliás, para quem não sabe, analogamente às piores teocracias e ditaduras terroristas, bolsonaristas penduraram uma foto gigante de Vera Magalhães em um guindaste, nas manifestações ocorridas no último 7 de setembro, no Rio de Janeiro. Sim, o bolsonarismo se assemelha, e muito!, às piores formas de crimes contra a humanidade: nazismo, fascismo, terrorismo, ditaduras, autocracias e afins.

Eu encerro, deixando uma pergunta: você, idólatra de vagabundo, gostaria de ver sua mãe, esposa, irmã, filha, enfim, agredida, qualquer que seja o motivo ou a pretensa justificativa? Se Vera fosse tratada assim por Lula, ou outro político de esquerda, sua reação seria de apoio? Percebe, seu cretino (se não é, não precisa se sentir ofendido), como você é um equívoco, um dejeto da natureza, agraciado indevidamente com a condição humana, como são, aliás, todos os que se comportam assim? Quer mesmo apoiar o agressor? Pois bem. Junte-se a ele e chafurdem juntos na escória do bolsonarismo fanático. Seus vermes.