PORTO PRÍNCIPE, 15 SET (ANSA) – Após ser acusado pelo promotor-geral do Haiti, Bedford Claude, de ter participação no assassinato do presidente Jovenel Moise, o premiê Ariel Henry anunciou a remoção do representante de suas funções.   

O novo escolhido, Frantz Louis Juste, prestou o juramento no novo cargo ainda na noite desta terça-feira (14), e deve provocar mais um episódio de desestabilização no já frágil governo haitiano.   

Claude fez um pronunciamento nesta terça em que apontava Henry como um dos possíveis envolvidos no crime, ocorrido em 7 de julho, dentro da residência oficial do presidente Moise.   

Segundo os dados coletados até o momento, o premiê telefonou várias vezes para o homem que é considerado o principal mandante do assassinato, Joseph Felix Badio, ex-coordenador da unidade anticorrupção do Ministério da Justiça, e que é foragido.   

Duas dessas ligações ocorreram às 4h03 e às 4h20 da madrugada do assassinato. Moise foi morto a tiros em uma ação com dezenas de mercenários em Porto Príncipe. O grupo, formado majoritariamente por colombianos, entrou na residência oficial sem nenhuma resistência e esse é um dos motivos que levam os investigadores a crer que figuras proeminentes da política estejam envolvidas no ataque.   

Além de demitir Claude e alguns de seus assessores, Henry ainda anunciou a demissão do ministro da Justiça, Rockefeller Vincent, e do secretário-geral do Conselho de Ministros, Rénald Lubérice.   

Todas as saídas ocorreram pouco depois de um grande acordo político entre o governo e a oposição para adiar as eleições programadas para novembro deste ano para o final de 2022.   

A ideia é que haja um “governo de unidade nacional” para que o país consiga, além de lidar com as questões políticas, se recuperar de um forte terremoto ocorrido em agosto e que deixou mais de 2,2 mil mortos. (ANSA).