Após dez dias da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que caiu do nono andar de um prédio do centro do Recife, o delegado responsável por conduzir a investigação, Ramon Teixeira, ouviu na sexta-feira, 12, a manicure Eliane Lopes, 29 anos.

A mulher atendia Sarí Corte Real enquanto a mãe do menino e empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza passeava com a cachorra dos patrões. O gerente de operações do condomínio, Tomaz Silva, que ajudou a socorrer o menino, também foi ouvido nesta sexta. Além deles, o ex-síndico e o zelador do condomínio foram os primeiros a depor, na quarta-feira.

A manicure Eliane Lopes chegou à delegacia de Santo Amaro, que fica no centro do Recife, acompanhada por dois advogados. O depoimento durou cerca de duas horas e ela não falou com a imprensa.

Em entrevista para os principais canais de TV locais, um dos advogados da manicure, Irineu Ferreira, deu algumas informações sobre depoimento. “Ela não estava presente em todos os momentos do ocorrido, se manteve o tempo todo dentro do apartamento”, afirmou. Questionado sobre o que a manicure teria dito ao delegado em relação ao estado em que Sarí Corte Real voltou para casa depois de deixar o menino Miguel sozinho, o advogado disse: “o tempo todo Sarí estava preocupada com o menino. Demais detalhes não vai poder ser repassado [sic] no momento”. Irineu Ferreira afirmou ainda que uma nota sobre o depoimento de Eliane Lopes será enviada à imprensa.

De acordo com o advogado, a manicure é funcionária do salão de beleza que Sarí Corte Real costuma frequentar e só começou a ir à casa dela por causa da pandemia da covid-19.

Também foi ouvido nesta sexta-feira, 12, o gerente de operações do condomínio do Edifício Pier Maurício de Nassau, no centro do Recife, onde mora Sarí Corte Real. Tomaz Silva foi o terceiro a encontrar Miguel caído, depois do zelador do prédio e da mãe, Mirtes Renata.

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“Quem fez os primeiros socorros na criança fui eu. Foi uma cena muito triste, muito chocante. Infelizmente, senti o garoto indo embora, porque ele apertou a minha mão, eu dizendo a ele: aperta a mão do tio, a gente ainda vai jogar bola, reage! Mas, com mais ou menos um ou dois minutos, ele começou a enfraquecer e infelizmente aconteceu o que nós não queríamos”, disse também em entrevista para os principais canais de TV locais.

Perguntado sobre a reação de Sarí Corte Real no momento do acidente de Miguel, o gerente de operações do edifício disse que achou que ela estava muito tranquila. “Achei dona Sarí uma pessoa muito tranquila. Eu prestei os primeiros socorros, mas depois chegou um médico propriamente dito, porque não sou médico, e disse para socorrer a criança porque ele não estava reagindo. E ela [Sarí] disse para socorrer no carro dela”, contou Tomaz Silva. O gerente de operações afirmou que após 15 minutos recebeu a notícia de que Miguel tinha ido a óbito.

Agora, o depoimento mais esperado é o de Sarí Corte Real, que deixou o Miguel sozinho no elevador e apertou um botão de andares superiores no equipamento. Ela foi indiciada por homicídio culposo após a morte de Miguel, mas está respondendo em liberdade depois de ter pago fiança de R$ 20 mil.


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