Caso Marielle: Ronnie Lessa diz estar arrependido e afirma que ganância o levou a cometer crime: ‘Me deixei levar’

Reprodução/TV Globo
Ronnie Lessa durante depoimento ao STF sobre caso Marielle Franco Foto: Reprodução/TV Globo

Em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) realizado na tarde desta terça-feira, 27, o ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros em 2018, no Rio de Janeiro, declarou que cometeu o crime por “ganância” e disse estar “arrependido”. A oitiva será retomada nesta quarta-feira, 28.

Lessa está preso no Presídio de Tremembé (SP) e assinou acordo de delação, acusando os irmãos Chiquinho, que é deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro), de serem os mandantes do crime. Durante depoimento, o réu pediu para que os dois não participassem.

+ Filho de preso no caso Marielle lança candidatura e pede “liberdade para os irmãos Brazão”

+ PGR denuncia irmãos Brazão e delegado por assassinato de Marielle

Durante depoimento, Lessa qualificou os irmãos Brazão como sujeitos de “alta periculosidade”. Ainda, são réus no processo Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e Ronald Paulo de Alves Pereira, major da Polícia Militar. Todos estão presos e respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa.

Lessa alegou que ouviu dos Brazão que Marielle era uma “pedra no caminho” dos negócios de loteamento ilegal que os irmãos conduziam na zona oeste da capital fluminense. “Ela vai arrumar problema, vai combater os condomínios.Vai piorar quando souber que é nosso”, teriam dito os acusados em primeira reunião com o ex-policial.

O delator afirmou que recebeu a promessa de obter dois terrenos avaliados em R$ 25 milhões pelo assassinato da vereadora, aceitando cometer o crime por ganância. “Eu estou aqui, arrependido. Não precisava disso. Estou vivo, sou testemunha viva do que aconteceu. Me deixei levar. Vou pagar o que devo”, declarou Lessa.

O réu confesso do assassinato de Marielle Franco acrescentou que os irmãos declararam que tinham a “polícia na mão” e poderiam interferir nas investigações por terem influência na Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Cerca de 70 testemunhas devem depor na ação e as oitivas dos réus serão feitas apenas no final do processo.

*Com informações da Agência Brasil