Caso Isis Valverde: relembre famosas que foram vítimas de stalker

Atriz é alvo de perseguição; casos de stalkers expõem riscos enfrentados por famosos

Isis Valverde
Isis Valverde Foto: Reprodução/Instagram

A atriz Isis Valverde, 38 anos, voltou a ser alvo de um caso de perseguição. Na noite de terça-feira, 16, a Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro prendeu Cristiano Rodrigues Kellermann, natural do Rio Grande do Sul, que viajou até a capital fluminense para tentar contato com a artista.

Segundo a Polícia Civil, Kellermann tentou se aproximar da atriz em pelo menos três ocasiões, sendo a última nesta semana. Ele foi detido em flagrante no condomínio onde Valverde mora, no bairro do Joá, zona sudoeste do Rio, e responderá por crime de perseguição. O suspeito, que é pessoa com deficiência (PCD), foi conduzido à delegacia no Leblon em uma cadeira de rodas.

Em depoimento, Kellermann afirmou nutrir sentimentos pela atriz há mais de 20 anos e admitiu ter contratado um detetive particular para obter dados pessoais da vítima. Em comunicado, Isis Valverde agradeceu às autoridades pela rápida intervenção e ressaltou que sua prioridade é a segurança da família e de todos ao seu redor.

O caso de Isis reacendeu o debate sobre stalkers e perseguições no meio artístico. Marcos Pitombo, 43, também revelou recentemente que enfrenta uma situação semelhante há mais de um ano. Em desabafo nas redes sociais, o ator contou que é constantemente monitorado e ameaçado por alguém com quem nunca teve qualquer vínculo. Segundo ele, o agressor acompanha seus passos em locais de lazer, trabalho e apresentações teatrais, além de intimidar amigos virtualmente.

Pitombo registrou boletim de ocorrência e obteve medidas protetivas determinadas pelo Ministério Público, mas afirmou que a perseguição continua. Para comprovar a gravidade da situação, divulgou imagens de mensagens do stalker com conteúdo sexual e ameaçador, totalizando mais de 300 páginas de registros. O ator também compartilhou um vídeo confrontando o homem em espaço público, reforçando que a perseguição configura crime.

Além deles, diversos outros artistas já relataram episódios semelhantes ao longo dos anos. Juliette, campeã do BBB 21, contou que foi perseguida por uma fã que chegou a pegar os mesmos voos que ela e se hospedar no mesmo hotel. Em um dos episódios mais tensos, a mulher tentou agarrá-la e só foi contida pela equipe de segurança. “A menina se agarrou na porta e quebrou parte da estrutura do hotel. O segurança precisou segurá-la para impedir que avançasse em mim”, relatou a cantora no podcast PodPah.

Durante o período em que integrou o grupo Rebeldes, entre 2011 e 2013, Sophia Abrahão também foi alvo de perseguição. O responsável nunca foi identificado, mas a atriz chegou a registrar um boletim de ocorrência por temer que a situação evoluísse para algo mais grave. “Isso me dava muito medo e apavorava meus pais. Acabou virando uma questão familiar muito dura”, disse ela em entrevista ao programa Sem Censura.

Em 2024, após assistir à série Bebê Rena, que aborda um caso de stalking, Whindersson Nunes usou as redes sociais para revelar que já viveu experiências semelhantes. “Já passaram pela minha vida quatro pessoas como as da série, três mulheres e um homem”, escreveu o humorista no X, antigo Twitter.

Ana Hickmann protagonizou um dos casos mais conhecidos do país. Em 2016, Rodrigo Augusto da Silva invadiu o quarto de hotel da apresentadora, em Belo Horizonte, fez Ana refém sob a mira de um revólver e atirou contra Giovanna Oliveira, sua assessora na época. O agressor acabou sendo morto após ser desarmado por Gustavo Correa, então cunhado da artista.

No cenário internacional, Taylor Swift já enfrentou diversos stalkers ao longo da carreira. Um dos episódios mais graves ocorreu em 2018, quando um homem quebrou a janela e invadiu a mansão da cantora, sendo encontrado pela polícia dormindo em sua cama. Em janeiro do ano passado, outro perseguidor foi preso ao tentar invadir seu apartamento em Manhattan.

Justin Bieber também foi vítima de perseguição. Dana Martin, de 45 anos, tatuou o rosto do cantor na perna, enviava cartas constantemente e, após não obter resposta, passou a planejar o assassinato do artista, sendo preso antes de executar o crime.

Miley Cyrus conseguiu uma medida protetiva contra um homem que a perseguia desde 2018, enviando cartas ameaçadoras, pedidos de dinheiro e mensagens de cunho sexual. O agressor chegou a invadir a casa da cantora duas vezes e foi preso em 2024.

Madonna também enfrentou um episódio traumático quando um stalker invadiu sua residência e a ameaçou de morte caso ela não cantasse para ele. O homem foi condenado a dez anos de prisão, mas a artista já relatou que sofreu com pesadelos após o ocorrido.

O caso mais emblemático e trágico envolvendo obsessão de fãs é o de John Lennon. Em dezembro de 1980, o ex-beatle foi assassinado a tiros por Mark Chapman na porta do prédio onde morava, em Nova York. Horas antes do crime, o agressor havia pedido e recebido um autógrafo do músico. Chapman foi condenado à prisão perpétua.

Vale lembrar que o stalking — caracterizado pela perseguição reiterada, física ou virtual — é crime no Brasil desde 2021. A prática está prevista no Artigo 147-A do Código Penal, incluído pela Lei nº 14.132/2021, que pune quem persegue alguém de forma persistente, ameaçando sua integridade, restringindo sua liberdade ou invadindo sua privacidade, com pena de reclusão e multa.