No último dia 9, Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, foi ouvida durante a audiência de instrução e julgamento do caso, na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Durante o depoimento, tanto a sua defesa quanto a da outro réu, Jairo Souza dos Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, exploraram as dúvidas que os acusados têm sobre o resultado do exame de necropsia feito no corpo do menino. As informações são do G1.

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De acordo com o laudo complementar de necropsia feito pelo Instituto Médico Legal (IML), no dia 21 de abril de 2021, Henry Borel morreu de hemorragia interna por laceração (ruptura) hepática causada por ação contundente (violenta). O documento também revelou que o corpo do garoto tinha 23 lesões.

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Ao ser questionada sobre as lesões, Monique Medeiros afirmou que “não vi um roxo no meu filho. Eu vi meu filho pelado e ele não tinha um roxo”.

No entanto, o laudo afirmou que Henry tinha múltiplas equimoses (manchas roxas) no abdômen e que elas foram feitas entre 12 e 48 horas antes da necropsia. “Mas podem ter ocorrido no histórico hospitalar. Difícil precisar.”

Procedimento de reanimação

Durante a sua declaração, Monique cogitou a hipótese de algumas lesões terem sido causadas pelas manobras médicas na tentativa de reanimar Henry.

“Eu vi todo o procedimento de reanimação no meu filho. Eles aplicaram 8 injeções de adrenalina, fizeram massagem cardíaca, quando um cansava, vinha outro. Eu vi meu filho ser intubado.”

Contudo, o perito que elaborou o documento identificou as lesões causadas pelos procedimentos médicos. Porém ressaltou que demais ferimentos têm outras causas.

Henry chegou morto ao hospital

O laudo pericial apontou que, de acordo com o prontuário médico, Henry deu entrada no Hospital Barra D’Or com trismo (rigidez da mandíbula), seguido dos braços e pernas frios. Isso significa que o garoto estava nos primeiros minutos da sua morte.

“Nunca acreditei que ele estivesse morto, até porque não ficariam duas horas fazendo ressuscitação em uma pessoa morta”, disse Monique Medeiros.

Entretanto, Nelson Massini, professor de medicina legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), afirmou que “sempre se tenta reanimar a vítima, se os médicos não fizessem nada, iam alegar que não fizeram nada. Eles tentaram. É o que a medicina tem de fazer”.