Monique Medeiros, mãe do pequeno Henry Borel, de quatro anos, morto no dia 08 de março, escreveu duas cartas após a morte do menino. Uma foi destinada ao delegado do caso e a outra para seu ex-marido, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai do jovem.

A Band teve acesso as cartas enviadas por Monique. No conteúdo escrito para o ex-companheiro, ela se mostrou arrependida. “Me perdoe por tudo. Eu não sabia o que estava acontecendo”, disse. Em seu relato, Medeiros acrescentou que Leniel a conhece e sabe exatamente a pessoa que ela é e quais são os seus princípios. “Se eu pudesse voltar atrás, fazer tudo de novo para tê-lo conosco, até no fundo da casa dos meus pais, tendo uma vida simples, mas com o sorriso dele iluminando todas as nossas manhãs, eu faria”, pontuou.

Na carta enviada ao delegado responsável pelo caso, a suspeita implorou por mais uma chance para contar sua história, sem mentiras e de uma vez por todas. “Senhor delegado, peço humildemente que o senhor me dê mais uma chance em ser ouvida. Preciso dar a versão verdadeira do que aconteceu. Esse relato é apenas um desabafo de uma mãe que clama pela verdade. Há muito a ser dito e muito a ser esclarecido, sem mentiras, sem treinamentos e sem inverdades. Eu estava sendo manipulada sem perceber”, declarou.

“Todas as vezes em que tentava procurar uma maneira de me desvencilhar e tentar contar a verdade, eu era impedida. E foram muitas vezes. Quando fui presa, fui humilhada, fui xingada, fui desmoralizada, fui apedrejada, ameaçada, mas fui libertada. Não existe dor maior ou pena maior do que perder um filho. Não existe um deserto pior. Não há um dia que o meu coração não sangre pela morte do meu filho amado”, continuou Monique.

Em seu desabafo, a mãe de Henry ainda contou que teve a chance de se reconectar com Deus e que no presídio pediu perdão por seus pecados. “Todos os dias peço para que Deus me tire o ar para eu poder reencontrar o meu tesouro no reino dos céus. Sou uma mãe desesperada e que daria qualquer coisa para ter o meu filho em meus braços novamente”, relatou.

Monique e seu companheiro, o Dr. Jairinho, estão presos desde o dia 08 de abril. Os dois são suspeitos pela morte de Henry e são acusados de terem atrapalhado as investigações com ameaças as testemunhas do caso. A dupla deverá ser indiciada por homicídio duplamente qualificado, com uso de tortura e sem chance de defesa da vítima.