Os filhos de duas ex-namoradas do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), confirmaram terem passado por sessões de tortura com o parlamentar. As agressões foram relatadas pelas mulheres durante o inquérito que apura a morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos. As informações são do jornal Extra.

Após as denúncias, outros dois inquéritos foram abertos e as crianças ouvidas na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Conforme o Extra, uma das crianças ouvidas é a filha de uma cabeleireira. A mulher conheceu Jairinho em 2010 e chegou a ficar noiva do vereador, com quem manteve um relacionamento até 2014.

Em seu depoimento À DCAV, a menina, de 13 anos, contou ter tido a cabeça batida pelo então padrasto contra a parede do box de um banheiro. Ela relatou ainda ter sido pisada por ele nos fundos de uma piscina para que não conseguisse levantar e respirar.

A polícia também ouviu a avó da criança que afirmou ter estranhado o comportamento da neta quando ela lhe agarrou e, chorando e vomitando, pediu para que não a deixasse sair sozinha com Jairinho.

A segunda criança a depor foi o filho da estudante Débora Melo Saraiva, que começou a se relacionar com Jairinho em 2014 e diz ter ficado com ele durante seis anos, entre idas e vindas. De acordo com o relato do menino, atualmente com 8 anos, o vereador colocou um papel e um pano em sua boca, avisando que ele não poderia engoli-los.

Ainda conforme a criança, Jairinho teria colocado o menino deitado em um sofá na sala de sua casa em Mangaratiba, subido no móvel e pisado sobre seu corpo.

Em 8 de abril, ao ser preso por policiais da 16ª DP, Jairinho prestou depoimento ao delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da DCAV, e negou as acusações feitas pela ex-namorada. Em relação à filha da cabeleireira, o vereador negou que tenha saído sozinho com a criança ou a levado a qualquer lugar que tivesse piscina.

Procurado pelo O Globo, o advogado Braz Sant’Anna, que representa Jairinho, informou que não irá se pronunciar sobre os procedimentos instaurados pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).