Monique Medeiros, mãe de Henry Borel e ré pela morte dele, retornou para a prisão na quinta-feira, 6, após determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. A decisão foi motivada por um recurso protocolado por Leniel Borel, pai do menino.

Resumo:

  • Monique Medeiros e o ex-vereador Dr. Jairinho são réus pela morte do menino Henry Borel, no dia 8 de março de 2021;
  • A mãe do menino teve de voltar à prisão após determinação do STF;
  • Em áudio enviado para uma amiga, Monique disse que Leniel Borel, pai do menino, “tinha que morrer”.

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Leniel teria pagado um oficial de cartório para monitorar as redes sociais de Monique e, assim, comprovar que os perfis dela continuavam ativos, apesar das restrições judiciais impostas. A defesa de Medeiros negou que as redes sociais fossem dela.

O telejornal “RJ2”, da TV Globo, teve acesso a um áudio que Monique enviou para uma amiga em outubro de 2022. Na gravação, ela afirmou: “que homem desgraçado, cara. Olha… Meu Deus… Se eu encontro ele na rua, não sei o que eu faço. Juro. Gosto nem de pensar. Ele é pior que o MP (Ministério Público) porque só quer vingança. Esse homem é ódio puro no coração. Tinha que morrer, infartar, ter um câncer”.

Volta à prisão

Monique Medeiros foi localizada na casa de sua mãe, no bairro Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, e retornou para o Instituto Penal Santo Expedito, em Gericinó, onde esteve anteriormente.

O ministro Gilmar Mendes determinou o retorno de Monique para a prisão no dia 5 de julho. A decisão foi motivada por um recurso protocolado por Leniel Borel, pai de Henry, para derrubar a determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que concedeu a soltura de Medeiros, no dia 30 de agosto de 2022.

“A decisão recorrida [do STJ] não apenas se divorcia da realidade dos autos, como também afronta jurisprudência pacífica deste tribunal, a justificar o acolhimento da pretensão recursal”, argumentou o ministro.

“Gratidão eterna ao STF, que está fazendo justiça pelo nosso Henry Borel assertivamente em todas as fases do processo”, escreveu Leniel no Instagram.

Relembre o caso

Em 8 de março de 2021, o menino Henry Borel, de 4 anos de idade, morreu após dar entrada em um hospital na zona oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, a criança estava no apartamento onde sua mãe morava com seu padrasto, o ex-vereador Dr. Jairinho. Segundo o casal disse em depoimento, Henry teria sofrido um acidente doméstico que gerou o caso de hemorragia e as lesões que levaram à sua morte.

Após investigação, ficou comprovado que a causa da morte do menino ocorreu por conta de uma hemorragia interna com laceração hepática no fígado em decorrência de uma ação empregada por força violenta.

Diante do exposto nos laudos, Monique e Jairinho se tornaram réus pela morte de Henry e seguem em processo de julgamento. Há suspeita de que a criança tenha sido vítima de agressões realizadas pelo padrasto e encobertas pela mãe. O ex-vereador responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado com aumento de pena, uma vez que a vítima é menor de 14 anos, e por tortura.

Já Monique Medeiros responde por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, com agravante pela vítima ser menor de 14 anos, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.