A defesa de Andréia Freitas de Oliveira afirmou que a mãe não se lembra do que aconteceu na noite em que o filho Gael de Freitas Nunes, de 3 anos, morreu. De acordo com o advogado Fábio Gomes da Costa, a mulher chorou por 40 minutos quando soube que o menino faleceu.

“O primeiro contato que eu tive com ela foi hoje de manhã [terça-feira] na delegacia. A primeira coisa que ela perguntou foi sobre o filho, eu contei sobre o ocorrido, e ela desabou a chorar, só consegui retomar a conversa com ela 40 minutos depois”, afirmou Costa ao G1.

Conforme a polícia, Andréia é a principal suspeita do assassinato do menino encontrado morto no apartamento da família, em São Paulo. No entanto, segundo o advogado, a mãe não assume a autoria do crime. “Ela está muito abalada e não se lembra de nada”, disse Costa.

Na terça-feira (11), a Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de Andréia. Ao G1, o advogado informou que vai pedir a prisão domiciliar ou a transferência para um hospital psiquiátrico, além de um exame de insanidade mental.

Relembre o caso

Segundo o Boletim de Ocorrência do caso, Gael foi encontrado desacordado na cozinha pela tia-avó. A mãe estava com o menino. A criança foi levada à Santa Casa de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos.

Conforme a Polícia Militar, que foi acionada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), informações preliminares apontam que a mãe teria passado por um surto psicótico.

A tia-avó disse que deu uma mamadeira para a criança por volta das 7h e que os dois ficaram na sala assistindo TV. Depois de alguns minutos, ele foi até a cozinha e ela começou a ouvir choros, mas pensou que ele estava pedindo colo para a mãe.

Ainda de acordo com o G1, ela disse que cerca de cinco minutos depois começou a ouvir barulhos de batidas na parede, mas pensou que viriam de outro apartamento. Depois de cerca de dez minutos, ela ouviu barulho de vidro quebrando na cozinha. Quando chegou ao ambiente, Gael estava deitado no chão, com vômito e coberto por uma toalha de mesa.

Ela teria perguntado à mãe o que aconteceu, mas a mãe não respondeu. Segundo a tia-avó, a mãe do menino já havia sido internada cerca de quatro vezes, mas não soube dizer se as internações foram por motivos psiquiátricos.

Os médicos que atenderam Gael contaram à polícia que o menino tinha sinais de maus-tratos pelo corpo e marcas de agressões na cabeça. Um anel da mãe foi apreendido porque, segundo as investigações, ele é compatível com uma lesão na testa da criança.