Caso Daniel: Em áudio vazado, Juninho recebe conselho de policial afastado

Rubens Chiri sãopaulofc.net/Reprodução TV Globo
Daniel (esq.) e o acusado do crime Edison Brittes (dir.) Foto: Rubens Chiri sãopaulofc.net/Reprodução TV Globo

Antes de confessar ter matado o jogador Daniel Corrêa, em outubro, Edison Brittes Júnior, o Juninho Riqueza, recebeu conselho do policial civil afastado Edenir Canton. A informação foi divulgada pela RICTV Curitiba e confirmada pelo UOL Esporte.

Em áudios de WhatsApp, o suspeito diz ter recebido uma indicação de Canton, conhecido como Gaúcho, para contratar um advogado. Em outra mensagem de voz, o próprio policial aconselha Juninho a não procurar o defensor Cláudio Dalledone Júnior sem antes “montar uma estratégia” de defesa. A reportagem confirmou a veracidade das gravações com pessoa próxima a Juninho.

“Juninho, sou eu, o Gaúcho. Não vai atrás do Dalledone. Vem aqui. Não vai atrás do Dalledone senão você vai tomar no c… Passa aqui que temos que montar uma estratégia técnica. Senão o Dalledone só fica na conversa, te prende e você está f…”.

Edison Brittes mandou dois áudios ao advogado Rafael Pellizzetti pedindo um encontro e citando indicação de Edenir Canton, que havia sido afastado para responder a um processo por homicídio ocorrido em 2015. Pellizzetti é advogado de Canton em caso que corre em segredo de Justiça, em Araucária, no Paraná.

Juninho: “Boa tarde, Pellizetti. Tudo bem? Juninho, indicado do Gaúcho, Edenir Canton. Posso ligar pra você?”.

Juninho: “Doutor, eu preferia encontrar o senhor pessoalmente na hora que o senhor se livrar aí, pode ser?”.

Apesar de Canton não ter sido investigado no caso Daniel, as gravações mostram a ligação próxima entre o principal suspeito do assassinato do jogador com o membro da polícia civil paranaense. Antes disso, as investigações já tinham apontado que o Veloster preto que Juninho usava no dia da morte de Daniel já havia pertencido ao policial.

O advogado Pellizetti explicou ao UOL Esporte que não aceitou defender Edison Brittes Júnior no caso Daniel. “Ele me procurou no dia 31 de outubro [quatro dias depois do crime]. Edison Brittes me relatou o que tinha corrido e em virtude da brutalidade e covardia do crime, eu entendi que não poderia fazer esse tipo de defesa e aí ele decidiu por um próximo advogado. Esses áudios foram feitos entre ele e meu celular”.

Juninho e outros cinco suspeitos permanecem presos sob suspeita de participação no assassinato.