A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, foi presa temporariamente ao se entregar na 25ª DP (Delegacia de Polícia) Engenho Novo na noite de terça-feira, 4. Ela é apontada como a principal suspeita de ter matado o namorado, o empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, 44, com um brigadeirão envenenado. O corpo dele foi encontrado em avançado estado de decomposição no apartamento onde o casal morava, no Engenho Novo, zona norte do Rio de Janeiro.

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De capuz cinza e máscara no rosto, a psicóloga Júlia entrou na delegacia sem conversar com os repórteres que estavam no local. A suspeita também estava acompanhada de uma advogada.

Por meio de nota enviada à ISTOÉ, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que Júlia comunicou, por meio de sua defesa, que iria se entregar. Ela foi localizada e detida no bairro Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro. Na delegacia, ela optou pelo direito de permanecer em silêncio.

Júlia Andrade era procurada pela polícia desde o dia 20 de maio, quando o corpo do empresário foi encontrado, após vizinhos acionarem a polícia devido ao cheiro forte que saía do apartamento. Um cartaz com a foto da psicóloga chegou a ser divulgado pelo Disque Denúncia RJ, solicitando informações sobre o paradeiro dela.

O empresário Luiz Marcelo foi visto pela última vez no dia 17 de maio. Nos dias seguintes, Júlia continuou sendo vista pelo prédio, inclusive esteve na academia do condomínio para fazer exercícios e recebeu um cartão de uma conta conjunta aberta pelo namorado. Depois, ela deixou o local levando uma mala e uma mochila.

No dia 22 de maio, Júlia chegou a prestar depoimento na 25ª DP e contou que o empresário andava muito cansado e vinha apresentando problemas de disfunção erétil. A psicóloga falava rindo da situação. Na ocasião, ela foi liberada porque não havia base legal para prendê-la.

Relembre o caso

Ao entrarem no imóvel, os agentes encontraram o corpo do empresário sentado no sofá da sala, ao lado de cartelas de morfina, com dois ventiladores – um no teto e outro no chão – e de frente para uma janela, que estava aberta.

Além de Júlia, a cigana Suyane Breschak foi presa sob suspeita de envolvimento no crime. A principal linha de investigação é que Júlia teria cometido o crime para ficar com os bens do empresário, pois, segundo Suyane, ela havia adquirido uma dívida de R$ 600 mil ao longo dos anos.

Em depoimento, a cigana relatou que Júlia ligou para ela e disse que teria colocado 50 comprimidos de um remédio para dor no brigadeiro. Também teria afirmado que limpou o apartamento com água sanitária, porque, após um período, estava aparecendo urubus na janela do imóvel.