Caso Bernardo: entenda como será o novo julgamento de Leonardo Boldrini, pai do menino assassinado

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Leandro Boldrini passou por um novo julgamento Foto: Divulgação/TJ-RS

O novo julgamento de Leandro Boldrini, pai de Bernardo Uglione Boldrini, começa nesta segunda-feira (20). Ele é acusado pela morte do menino, que tinha 11 anos, em Três Passos (RS), no ano de 2014.

Em 2019, Leandro foi condenado a 33 anos e oito meses de prisão. Porém a Justiça do Rio Grande do Norte anulou a sentença depois de o 1° Grupo Criminal do Tribunal de Justiça considerar que “houve quebra da paridade de armas” na conduta do promotor durante o interrogatório.

Mesmo assim, Leandro segue detido preventivamente desde 2014. No primeiro julgamento, a defesa do réu sustentou a sua inocência e afirmou que ele não teve participação na morte do filho. Também argumentou que as acusações foram feitas com base em provas falsas e que a imprensa teria criado uma imagem de “mostro” de Boldrini.

A defesa ainda apresentou o depoimento da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, também condenada pelo assassinato do menino, no qual afirmou que a morte teria sido acidental e que Leandro não tinha envolvimento.

Outras condenações

A condenação de Leandro foi a única a ter sido alterada. As outras foram mantidas pela Justiça.

A madrasta de Bernardo foi condenada a 34 anos e sete meses de reclusão. Já Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, recebeu a pena de 22 anos e 10 meses. Por fim, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi sentenciado a nove anos e seis meses de prisão.

Edelvânia cumpre a pena no regime semiaberto, e Evandro obteve liberdade condicional.

Novo júri

Leandro passará por um novo julgamento, realizado no Foro da Comarca de Três Passos. A audiência deve durar três dias e será presidida pela juíza Sucilene Engler Andino.

O júri será transmitido ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) no YouTube.

Os advogados Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Grecellé Vares defenderão Leandro Boldrini. Já o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) será representado pelos promotores Lúcia Helena de Lima Callegari e Miguel Germano Podanosche.

Ao todo, 10 testemunhas serão ouvidas no novo júri. Elas são as mesmas que participaram do primeiro julgamento.

Relembre o caso

O menino Bernardo Boldrini morreu em abril de 2014, após ingerir uma superdosagem de medicamento sedativo. Depois de 10 dias, o corpo do menino foi encontrado enterrado e envolto em um saco plástico.

A madrasta do menino foi condenada como mentora do crime.

Bernardo passou a morar com o pai, que atuava como médico cirurgião, após a sua mãe, Odilaine Uglione, cometer suicídio. Por conta desse trauma, o menino passou a ter acompanhamento psicológico e usar medicamento controlado.

Durante o primeiro julgamento, uma testemunha afirmou que ouviu diversas vezes a madrasta dizendo que não aguentava mais o menino, que, por ela, colocaria ele em um colégio interno. Graciele também afirmava que tinha dinheiro para dar um fim no garoto.

Na ocasião, os quatro acusados foram condenados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Além disso, Leandro Boldrini ainda responde pelo crime de falsidade ideológica, por ter constituído um falso álibi para tentar mostrar que não teve participação no crime.