13/11/2016 - 19:28
Se durante a última semana Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, negou que estaria tentando encontrar uma forma de o clube comprar o estádio Allianz Parque junto à construtora WTorre, parceria na construção e na gestão da arena, neste domingo ele mudou um pouco o discurso e admitiu pela primeira vez que poderia ajudar a viabilizar o negócio, caso a empresa queira negociá-la.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Paulo Nobre afirmou que não pode comprar sozinho o estádio, mas disse que essa operação seria perfeitamente possível através de parcerias. “Eu gostaria de ter o tamanho que as pessoas acham que eu tenho. Se eu tivesse condições, compraria o estádio. Hoje, não tenho, mas os palmeirenses são engajados. Poderíamos nos unir, buscar parceiros e recursos para viabilizar a compra. Não tenho dúvidas de que isso seja possível de acontecer. Mas, primeiro, precisamos saber da vontade deles em querer comercializar o estádio”, afirmou. “Se a parceira decidir vender o Allianz Parque, a gente pode tentar viabilizar a compra”, completou o presidente.
Palmeiras e WTorre possuem um contrato. A construtora é a responsável por administrar a arena e tem direito a todas as suas receitas – excluindo as dos jogos de futebol do clube – por 30 anos. O Palmeiras tem participação crescente nos lucros com o passar do tempo.
A relação entre os parceiros é complexa, cheia de divergências desde a inauguração do estádio, em 2014. A WTorre não entregou algumas coisas que o Palmeiras julga ser de responsabilidade da construtora, como cabines de imprensa escrita dentro do Allianz e setores dentro do clube, entre outros – o Palmeiras considera que os edifícios para os associados foram entregues sem condições de uso e com acabamento precário, o que obrigou Nobre a gastar mais de R$ 20 milhões em obras de infraestrutura, de acabamento e de instalação dos departamentos, valores que foram repassados aos associados.
Outros pontos de divergência são recentes, como a instalação de câmera de segurança no camarote da presidência e as críticas constantes ao estado do gramado, castigado durante todo o ano por shows e eventos.