Depois de anunciar um retorno temporário aos palcos e iniciar na Bahia a miniturnê de celebração de seus 30 anos de fundação, o Cascadura chega a São Paulo, onde ocorrerá o definitivo último show da banda de rock baiana. Fábio Cascadura, fundador, cantor, guitarrista e compositor, veio do Canadá, onde reside desde 2016, especialmente para esta “Reunião 30 Anos”, realizada ao lado de seus parceiros da formação estabelecida em 2013: Thiago Trad (bateria), Du Txai (guitarra) e Cadinho Almeida (baixo). O guitarrista Candido Martínez Sotto, que integrou a banda no passado, se une às apresentações, que também contam com Tadeu Mascarenhas nos teclados. O evento na capital paulista será em 18 de agosto (quinta-feira), na Casa Rockambole, a partir das 19h, com abertura do cantor e compositor Caian e participações especiais dos guitarristas Martin Mendonça (Pitty) e Felipe Machado (Viper), além do cantor Teago Oliveira (Maglore). Ingressos estão disponíveis no site e aplicativo da Sympla.

Com atividades suspensas em dezembro de 2015 – ano em que também fizeram a mais recente apresentação em São Paulo, cidade onde a banda residiu entre 2003 e 2005 – e um único show temporão em janeiro de 2018 em Salvador, o Cascadura reconhece a alegria da expectativa gerada com esta nova reunião surpresa, que já passou por Feira de Santana, no interior da Bahia, e incluiu duas noites em Salvador – uma série de últimas oportunidades de ver a banda em cena. “Dessa vez a gente tem um propósito, que são os 30 anos de fundação do Cascadura. A banda já não existe mais. Vamos celebrar em festa os fãs, o legado, as três décadas. Mas esta é uma despedida, mesmo, e São Paulo será a cidade que abraçará o adeus, com muita honra”, conta Fábio Cascadura.

Com cinco discos – “#1” (1997), produzido por Nestor Madrid e lançado pela WR Discos; “Entre!” (1999), produzido por Nestor Madrid e lançado no Projeto Emergentes da Madrugada; “Vivendo em Grande Estilo” (2004), produzido por andré t e lançado pela Monstro Discos; “Bogary” (2006), produzido por andré t e Cascadura, coproduzido por Jô Estrada e lançado pela Revista OUTRACOISA; e “Aleluia” (2012), álbum duplo produzido por andré t e Cascadura, coproduzido por Jô Estrada e lançado pelo Garimpo Música –, o DVD “Efeito Bogary” (2009) e o documentário “#AleluiaCascadura” (2012), o Cascadura é um dos nomes fundamentais do rock da Bahia e do Brasil, com reconhecimento de público, crítica e artistas.

Canções como “Queda Livre”, “Retribuição”, “12 de Outubro”, “Juntos Somos Nós”, “Ele, o Super Herói” e “Soteropolitana” estão garantidas no set list. “O repertório é baseado no que a gente sabe que as pessoas mais curtem do nosso trabalho. Vamos dar o máximo para ser algo especial para quem vai rever a banda e também inesquecível para quem chegou até o Cascadura depois que a banda já havia parado. Vai ser fantástico!”, promete Fábio Cascadura, que atualmente se dedica à carreira de historiador, prestes a iniciar doutorado em História da África, pela York University, em Toronto.

HISTÓRIA

Tudo começou no exato dia 21 de abril de 1992, quando a então chamada Dr. Cascadura fez a sua primeira apresentação. O grupo existia havia pouco mais de dois meses. Fábio Cascadura (voz e guitarra) e Silvano Gomes (baixo), mais conhecido como Joe, velhos amigos da antiga Escola Técnica Federal da Bahia, foram os fundadores da banda, que era ainda composta por Marquinhos Oliveira (guitarra) e Marcelo Sarrafi (bateria). O nome Dr. Cascadura, escolhido de supetão no momento do primeiro show, vem de uma tentativa de tradução da palavra Hardcore, termo que se refere aos filmes pornográficos americanos. Uma das primeiras músicas criadas pelo grupo conta a história do amor platônico de um rapaz por uma atriz de filme pornô, o que gerou a referência. Não à toa, ela foi intitulada como “A Verdadeira História do Dr. Cascadura”.

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De lá para cá, a banda já teve dezenas de formações, por onde passaram alguns dos músicos mais importantes da cena roqueira soteropolitana, como Martin Mendonça (guitarra), Alex Pochat (baixo), Duda Machado (bateria), Lefer (baixo), Maurício Braga (bateria), Paulinho Oliveira (guitarra) e Ricardo “Flash” Alves (guitarra), entre outros. Thiago Trad (bateria) uniu-se em 2001 e permanece ao lado de Fábio, há mais de 20 anos, como a dupla condutora.

Na primeira década, a roupagem dos anos 1970 era a marca registrada. Dali em diante, a música adquiriu uma outra concepção, com tipos diferentes de composições com as marcas dos seus tempos. “Bogary” (2006) alçou a banda a um patamar de reconhecimento nacional. O trabalho, composto por 13 faixas, teve um elogioso release de apresentação assinado por Nando Reis e alcançou a marca de 10 mil cópias vendidas, gerando também o primeiro DVD comercial do rock independente baiano, “Efeito Bogary” (2009), um documentário-musical, dirigido por Renato Gaiarsa e Rodrigo Luna, que conta como foi concebido e gravado o álbum, e como ele se tornou um dos mais celebrados discos do rock brasileiro daquela década (assista aqui).

Já “Aleluia” (2012), álbum duplo com 22 faixas indicado ao Video Music Brasil da MTV na categoria Melhor Disco de Rock e considerado por Caetano Veloso como “um dos melhores discos de rock brasileiro de sempre”, buscou o conceito viável que justapusesse a personalidade artística do grupo e um discurso novo, que dialoga com as mais diversas esferas da cultura da cidade de Salvador. O disco traz novas possibilidades sonoras, novos timbres, novos temas e abordagens, tanto líricas quanto rítmicas, melódicas e harmônicas. A obra tem participação de grandes nomes da música brasileira, tais como o saudoso maestro Letieres Leite e sua Orkestra Rumpilezz, Móveis Coloniais de Acaju, Pitty, Siba Veloso, Mauro Pithon, Jorge Solovera, Gabi Guedes, Paulo Rios Filho e Jajá Cardoso (Vivendo do Ócio). Há também composições em parceria entre Fábio Cascadura com Nando Reis, Ronei Jorge e Beto Bruno (Cachorro Grande) – os dois últimos ainda cantaram junto com Fábio as canções. O trabalho rendeu o documentário “#AleluiaCascadura” (2012) – assista aqui.

No currículo, o Cascadura tem alguns dos principais festivais de música do Brasil, como Lollapalooza (São Paulo), Festival de Verão (Salvador), Abril pro Rock (Recife), Bananada (Goiânia), Porão do Rock (Brasília), DoSol (Natal) e Calango (Cuiabá).

Em dezembro de 2015, o emocionante “O Último Concerto”, no Pelourinho, em Salvador, marcou a despedida oficial da banda. Fábio Cascadura logo mudou-se para Toronto, no Canadá, para se dedicar à carreira de historiador e pesquisador, e apenas um show foi realizado desde então, em janeiro de 2018, também no Pelourinho, quando da única visita do artista à sua Bahia até este ano. Em 2022, o Cascadura resolveu fazer uma nova volta temporária aos palcos na miniturnê “Reunião 30 Anos”, com shows em Salvador, Feira de Santana e São Paulo: uma celebração que é também um adeus definitivo.

CASCADURA “Reunião 30 Anos” – SÃO PAULO

Onde: Casa Rockambole (Rua Belmiro Braga, 119 – Vila Madalena)

Quando: 18 de agosto (quinta-feira)

19h: abertura da casa

20h: show de Caian

22h: show do Cascadura


Quanto*:

Lote 1 promocional: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)

Lote 2: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)

Lote 3: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)

*Meia-entrada válida para categorias previstas em Lei e também para categoria solidária, com doação de um agasalho ou 1kg de alimento não perecível na entrada

Vendas no site da Sympla


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