“Mais de 80% das casas noturnas não sobreviverão além de fevereiro sem uma ação urgente do governo britânico”, afirmou nesta quinta-feira (4) a associação NTIA, alertando sobre o risco de “extinção” do mundo da vida noturna.

Em uma pesquisa recente com 100 casas noturnas, 81% disseram que não serão capazes de evitar a falência sem a ajuda do governo no final deste mês, segundo comunicado da associação.

Entre as entrevistas, 86% tiveram de fazer demissões e grande parte dispensou a maioria de seus funcionários antes do final de 2020.

A associação, que representa bares noturnos, boates e casas de show, lembra que essas empresas estão “fechadas desde março”. Junto com as salas de conferências, a vida noturna é um dos poucos setores que não conseguiu reabrir desde o primeiro confinamento.

A NTIA denuncia que os auxílios estatais são “limitados” e desproporcionalmente baixos, com exceção do desemprego técnico, do qual os funcionários do setor podem se beneficiar.

Também critica a falta de uma visão clara sobre as perspectivas de reabertura.

“O governo ignorou o setor e seu valor econômico e cultural”, denunciou Michael Kill, diretor-geral da NTIA, citado no comunicado.

“Somos um dos líderes mundiais em música eletrônica e clubes e, por décadas, cultivamos um ambiente propício para o florescimento de talentos musicais contemporâneos, eventos e DJs”, argumentou Kill.

“Isso não é negligência, mas sim uma intenção do governo de aniquilar o setor”, acusou, e pediu um “pacote de ajuda sólido”.

Além do setor noturno, muitas associações temem os prejuízos do atual confinamento na Inglaterra, em vigor até o final de março.

A Federação de pequenas empresas FSB estima que pelo menos 250.000 pequenas e médias empresas correm o risco de falência se não receberem mais ajuda.

O governo estendeu o desemprego técnico até abril, mas empresas e sindicatos estão pressionando para que seja expandido ainda mais.

O ministro das Finanças, Rishi Sunak, está preparando sua lei orçamentária, que apresentará em 3 de março, e deve incluir mais medidas para reanimar a economia.