Walter Casagrande afirmou neste domingo (7) que o preconceito machuca a alma das vítimas. Durante o programa Troca de Passes, o comentarista falou sobre o preconceito que sofre por ser dependente químico. Recordando a morte por asfixia de George Floyd por um policial, Casão disse que o mundo não quer mais um joelho em seu pescoço.

“Eu sou um cara que veio da periferia, e meus pais me ensinaram a ter respeito por todas as pessoas, independentemente de qualquer diferença. Eu cresci dessa maneira e sou desse jeito. A sociedade não aguenta mais a violência, a opressão, o racismo, a homofobia, feminicídio. A sociedade não quer mais isso. O mundo não quer mais um joelho no pescoço. O mundo quer respirar. A nossa sociedade quer respirar. Todo mundo quer respirar. Este joelho no pescoço do George Floyd é um joelho no pescoço do mundo”, disse o ex-jogador.

Em seguida, Casagrande citou o preconceito que vive por conta da dependência química. “Eu sofri preconceito, e sofro ainda, porque sou dependente químico. É uma classe que não tem respeito”, contou.

“Eu não sei como é a dor de um negro quando sofre racismo, mas eu sei como é a dor de um cara que é dependente químico, que luta todos os dias para não recair, e é chamado de drogado, viciado e vagabundo. Eu sei o tamanho da dor que eu tenho. Então, eu respeito muito o tamanho da dor das outras pessoas”, disse o comentarista.

“A minha dor de ser dependente químico e ser chamado de vagabundo é muito grande, que passa pelo meu coração e vai direto na minha alma. Acho que deve ser uma dor parecida a do racismo. A dor de um ato racista fere a alma de um negro”, concluiu.